Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Florianópolis projeta um volume de turistas na temporada 20024-2025 que, se confirmado, significará um novo marco histórico no turismo da cidade. Com base principalmente em dados da movimentação aeroportuária prevista para o período de dezembro a março, a estimativa oficial é de que nada menos do que dois milhões de visitantes passem por Florianópolis ao longo da temporada, um número inédito na história da cidade.
“Nesse verão, a quantidade de pessoas que vai chegar até a cidade deve superar os registros passados. Nossa projeção é de que cerca de dois milhões de turistas procurem Florianópolis para um momento de lazer com a família, aproveitar nossas praias, riqueza culinária e cultura”, declarou o prefeito Topázio Neto, no início de novembro, durante o lançamento da Operação Verão 2024-2025. O volume projetado é praticamente o triplo da população fixa da capital.
Os fluxos oriundos do tradicional turismo rodoviário também estão contabilizados nessa projeção, mas para atingir tal patamar a capital conta especialmente com a vinda de turistas menos corriqueiros, para engrossar esse caldo. Essa perspectiva encontra guarida nas previsões aeroportuárias: pela primeira vez na história, a capital tem previsão de mais de 145 voos internacionais por semana na alta temporada, interligando nada menos do que sete países, dentre eles os recentes Portugal e Panamá.
Essas projeções ampliam ainda mais o otimismo que já paira sobre comerciantes e prestadores de serviços para o final de ano e temporada. “Estamos otimistas, dado o contexto de recuperação econômica e aumento do poder de compra da população”, declarou o presidente da Câmara de Dirigentes Lojias (CDL) da capital, Júlio Geremias, em recente entrevista na mídia local. A Associação Brasileira de Bares, Restaurantes e Similares (ABrasel) também aposta no incremento de vendas no período. “Só vamos torcer para que a Ilha não afunde com tanta gente”, brinca Arante Monteiro, dono de restaurante no Sul da Ilha.
“Realmente, acho que vamos receber muita gente mesmo”, corrobora Leandro Ferrari, ex-secretário estadual de Turismo e membro do Conselho Municipal de Turismo. ‘Isso é fruto também do ótimo trabalho de divulgação que foi feito pela cidade ao longo do ano’, elogia o dirigente, que também integra o Movimento Floripa Sustentável. Ferrari destaca ainda a perspectiva de público com poder aquisitivo um pouco acima da média nesta temporada, evidenciado pelo maior ingresso de turistas por via aérea. Sobre os argentinos, tradicional puxador do turismo da capital, ele acredita que virão novamente em bom número, mas igualmente com predominância de deslocamento pelo modal aéreo.
Outro público que começa a ganhar importância para o turismo da capital é o chileno, com a vinda de contingentes cada vez mais expressivos a cada ano, já sendo apontado até como o segundo pólo emissor mais importante entre os estrangeiros. Em relação ao público nacional, a expectativa é de grande fluxo de turistas de São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, além do interior catarinense. Apesar da tragédia que enfrentaram, a expectativa é de que os gaúchos virão novamente em grande número.
O Sul da Ilha historicamente absorve pelo menos 10% do total de turistas que passam por Florianópolis, o que projeta a presença na região de 200 mil turistas na temporada , maior público de sua história e praticamente o dobro de sua população atual. Temporada que será um pouco mais longa, com o Carnaval em março. “O mercado de locação de temporada está realmente muito aquecido no Sul da Ilha, já temos bastante procura, principalmente de paulistas e gaúchos’, assinalou o corretor de imóveis Rafael Braga, diretor da Costão Sul Imóveis.
Esse ingresso estrondoso de turistas naturalmente não será simultâneo, mas diluído entre dezembro e março. A maior concentração normalmente acontece no pós Natal e primeira semana do ano e, depois, no Carnaval. Mesmo assim, o número impressiona. ‘Já virou rotina: a chegada de turistas em massa compromete nossa mobilidade; será pior esse ano? Fora isso é só alegria, economia aquecida e mais dinheiro circulando’, comentou o jornalista manezinho Urbano Salles. (Foto: Conexão Verão NSC/Divulgação/Arquivo/JC)