Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Pacuca das artes
Inteiramente ‘campecheana’, cunhada por dirigentes comunitários e moradores locais há quase duas décadas para designar um sonhado parque multicultural a ser instalado no antigo campo de pouso do Campeche, que foi também o primeiro aeroporto da história de Florianópolis, a denominação Pacuca (Parque Cultural do Campeche) extrapolou recentemente as fronteiras do Sul da Ilha. O termo foi tomado ‘emprestado’ por um grupo de promotores de eventos, que realizou no início de novembro, no centro da capital, o Festival Multicultural Pacuca das Artes.
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O uso do nome Pacuca para um evento localizado em outra região da cidade tem uma explicação. Os promotores, antes da opção pelo centro da cidade, teriam cogitado realizar o festival no próprio Parque Cultural do Campeche (Pacuca), no coração do Campeche, mas não conseguiram viabilizar o local. No Carnaval deste ano, ocorreu situação similar: o famoso bloco carnavalesco Onodi, do Campeche, preparou uma megafesta com milhares de pessoas no Pacuca e na hora ‘h’ também teve que abortar o evento.
Amocam explica
A presidente da Associação de Moradores do Campeche (Amocam), Roseane Panini, disse que a entidade foi procurada pelos organizadores do Pacuca das Artes, porém, quando soube que se tratava de evento de maior porte, com público estimado em mais de 10 mil pessoas, alertou que o Pacuca não tem estrutura para tanto. Os motivos, segundo ela, são vários, entre eles, a responsabilidade da comunidade com a preservação do patrimônio natural e histórico do Pacuca e a própria característica residencial do bairro, em planície, muito suscetível à poluição sonora.
Daza e Criolo
Maior banda de pop-rock da história da capital, o Dazaranha foi uma das principais atrações da primeira edição do Pacuca das Artes. A outra foi o rapper Criolo, que fez sua primeira apresentação pública gratuita em solo catarinense desfilando músicas novas e clássicos como a célebre ‘Não Existe Amor em SP’, verdadeiro hino à desilusão amorosa na maior metrópole da América Latina. Realização do Araçá Botequim, o festival contou com incentivo da Tim, por meio do programa de incentivo à cultura de SC, e apoios Arvo Festival e Instituto Maratona Cultural.
Coleta móvel
Em meio a indefinições sobre o futuro da rede de esgoto do Campeche e Sul da Ilha, o deputado estadual Mário Motta (PSD) encaminhou recentemente ofício à Prefeitura com uma sugestão para atenuar o problema. O ex-âncora da RBS e NSC TV e deputado em primeiro mandado propõe a ampliação do programa ‘Esgotamento Sobre Rodas’ em localidades específicas da região para aliviar o problema, priorizando locais de maior densidade demográfica situados em áreas ambientais mais vulneráveis, próximas a corpos hídricos e pontos de coleta de água.
Limpeza dos mares
O belo e aprazível balneário do Pântano do Sul, no Sul da Ilha, sediou no primeiro domingo de novembro, mais uma edição do tradicional evento ‘Limpeza dos Mares’. Com patrocínio da Rede Fort, o evento resultou na coleta de 730 quilos de resíduos entre o costão norte, praia e fundo do mar: garrafas, latas, bitucas, vidro, plásticos e restos de construção, entre outros. ‘Agradecemos à associação de pescadores local pelo apoio na infraestrutura, e a todos os voluntários e apoiadores que dedicaram seu tempo e esforço para tornar essa ação possível’, destacou a coordenadora do Limpeza dos Mares, Michele Ferrari.
Fiação nas ruas
Moradores de várias ruas do Campeche e região já andam desconfortáveis com a Celesc, que há quase um ano vem promovendo a substituição de postes no bairro e entorno. Apesar da premissa positiva – melhoria do sistema elétrico – os serviços têm gerado também prejuízos, transtornos e riscos de acidentes. Além de deixarem diversas ruas por horas a fio sem luz e internet e de alguns cortes açodados de cabos de telefonia, prejudicando pequenos e médios negócios, o verdadeiro ‘derrame’ de fios pelas ruas após os serviços também tem provocado riscos a motoristas e pedestres, sem falar no dano flagrante à estética urbana às vésperas da temporada.
Gestão de postes
A Celesc informa que vem promovendo mutirões de limpeza de postes, visando melhorar a infraestrutura do sistema e otimizar a locação destes espaços. Esse trabalho teria gerado até agora a retirada de mais de três toneladas de cabos obsoletos ou irregulares, numa operação integrada com Prefeitura e 14 empresas de telecomunicações. Esse serviço pode ter sido exitoso em outras regiões, mas no Campeche e entorno o que se vê é uma profusão cada vez maior de cabos e resíduos metálicos espalhados por ruas e calçadas. A Celesc avisa que situações de risco, cabos rompidos ou baixos, podem ser comunicados pelo telefone 0800.048.0196.
DIIRETAS
-CELESC – Cresce o temor de que essa movimentação toda da Celesc, reestruturando a gestão de postes e ampliação de rede, possa ter como objetivo final a sua privatização. Robustecer estatais com forte injeção de dinheiro público, para depois transferir o patrimônio à iniciativa privada, é praxe nas privatizações brasileiras.
-APAGÃO – Políticos do campo popular alertam que a eventual privatização da estatal de energia elétrica seria um verdadeiro atentado à população catarinense. São Paulo e Rio Grande do Sul, dois estados populosos que privatizaram o setor estão pagando muito caro por isso, com apagões constantes, transtornos e prejuízos gigantescos para todos.
-EMISSÁRIO – Em meio a expectativas sobre as novas propostas para resolver o saneamento do Sul da Ilha, tudo indica que a Casan voltará a insistir na proposta de impor um emissário submarino de esgoto no mar do Campeche, contrariando a vontade de nove entre 10 moradores da região. Isso pelo menos foi que o deixou transparecer o presidente da estatal, em recentes declarações à mídia local.
-ARTESANATO – A Seove planeja realizar, em 14/12, das 9h às 16h, no pátio de sua ampla sede no Campeche, uma feira comunitária de artesanato, voltada a fomentar negócios de pequenos artesãos da região. Interessados em participar podem procurar a entidade, pelo fone 98874.7071, com André. As inscrições são limitadas.
-CINEMA – O Ribeirão da Ilha sediará, entre 12 e 15 de dezembro, a terceira edição do Festival Lanterna Mágica, com apresentação de uma série de filmes, todos dirigidos por mulheres. O evento acontecerá na Praça Hermínio Silva, defronte à Igreja de Nossa Senhora da Lapa.
-FENAOSTRA – A capital catarinense será palco entre de três e oito de dezembro, no CentroSul, da 22ª Festa Nacional da Ostra, tradicional evento de divulgação da produção de ostras de Florianópolis e da gastronomia ilhoa. O evento também contempla diversas atrações musicais.
-SHOPPING – O Sul da Ilha deve ganhar em breve um novo shopping, de proporções ainda desconhecidas, ampliando para três o número de empreendimentos do gênero na região. Será construído, segundo dirigentes do mercado imobiliário, defronte ao Fort Campeche, na SC-405.
LEG: DAZARANHA foi uma das principais atrações da primeira edição do Pacuca das Artes
FOTO: Toia Oliveira/Divulgação/JC