Nem bem nos recuperamos da epidemia do Coronavírus, que custou mais de 700 mil mortoes somente no Brasil, já estamos às voltas com nova ameaça a saúde pública mundial, com o avanço do vírus Mpox. Anteriormente designado por vírus Monkeypox, embora esteja localizado numa zona geográfica restrita, o Mpox mantem a Organização Mundial de Saúde (OMS) vigilante, uma vez que, com o deslocamento de populações, podem aparecer pontualmente casos fora da sua zona original de contágio, as zonas central e ocidental do continente africano.
Os pacientes infectados com o vírus Mpox apresentam lesões cutâneas, bolhas e feridas na pele. Os sintomas principais da infecção pelo vírus Mpox são: febre, dores musculares, dores de cabeça e fadiga. Quando aparecem as lesões cutâneas, apresentam-se com aspeto de vesículas na face, nas plantas das mãos e nas plantas dos pés e pode haver também linfadenopatia (inchaço dos gânglios linfáticos).
A virose provocada pelo Mpox, quando não for tratada, pode causar broncopneumonia, septicémia, encefalite e até perda de visão por infeção da córnea. Em caso extremo, pode conduzir ao óbito. A infeção pelo vírus Mpox é mais grave em crianças muito novas, em grávidas e em indivíduos imuno comprometidos. Qualquer indivíduo com suspeita de infeção deve ser imediatamente encaminhado para vigilância médica e isolado do contato com outras pessoas e até mesmo com animais de estimação. O período de incubação pode ir de poucos dias a até três semanas.
A maior probabilidade de contágio é por mordedura de um animal infectado (mamíferos africanos de pequeno porte, roedores e macacos) ou pelo contacto com a sua carne ou fluidos. No entanto, o contágio entre humanos pode-se dar, quando do contato face a face, sendo neste caso, a via respiratória a via de contágio; porém, a infectação pode se dar também pelo contato com fluidos corporais da pessoa infetada, contato com mucosas ou feridas na pele, contatos sexuais e ainda através a placenta, passando o contágio de mãe para filho.
Importante ressaltar, porém, que o contágio por transmissão, de uma pessoa infectada para outra sadia pode se dar mesmo antes das evidências de contaminação do infectado, ou seja, antes mesmo de se formarem erupções cutâneas, o vírus já pode ser transmitido. O diagnóstico deve ser feito o mais rapidamente possível, com o teste PCR, utilizando material proveniente das lesões cutâneas.
Como prevenção há que tomar a vacina, principalmente por viajantes que se desloquem para zonas geográficas de maior risco de contágio, evitar o contato com pessoas que tenham sintomas da doença, praticar sexo seguro, manter uma higiene rigorosa das mãos, lavando-as com água e sabão ou usando álcool em gel e manter a distância respiratória. No Brasil, foram registados mais de 1.000 casos de Mpox até setembro deste ano, dos quais quase 500 no estado de São Paulo. Na África, berço do novo vírus, mais de 42 mil pessoas foram infectadas somente neste ano e cerca de 1,1 mil já morreram em consequência da doença. (Texto: Maria Leonor Castro e Silva/Farma&Farma Farmácia Popular Campeche).
21 de novembro de 2024