Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Depois de uma temporada considerada fraca no ano passado, especialmente para os pescadores do Sul da Ilha, tudo indica que a safra da tainha deste ano será excelente para a maioria das colônias de pesca da capital catarinense, com possibilidade inclusive de bater recordes. E, consequentemente, benéfica também para a população da cidade, com a famosa vedete dos mares chegando aos mercados e peixarias locais com preços mais acessíveis. Isso pelo menos é que o indica o desempenho registrado até o final de maio nas principais praias da Ilha de Santa Catarina.
O ‘tainhômetro’ – medidor da captura de tainha em 18 balneários da cidade – , que é mantido pela Prefeitura para ao final da safra auferir a ‘praia campeã’, totalizava de mais 72 mil tainhas capturadas até 27/05. A liderança, neste ano, até a referida data estava com a Barra da Lagoa, com a captura de quase 26 mil tainhas. No ano passado, a campeã foi a Lagoinha do Norte, com quase 62 mil tainhas capturadas.
Alguns já projetam até a possibilidade de uma safra recorde, talvez a melhor dos últimos 10 anos na Ilha. “Eu estou acreditando muito nisso; no ano passado, durante a safra toda pegamos seis mil tainhas; e nesta temporada, só até o final de maio, já pegamos mais de 17 mil”, comentou Arante Monteiro Filho, patrão de uma das seis redes que atuam no Pântano do Sul. O balneário, que movimenta cerca de 200 pescadores na atividade, está na segunda colocação neste ano e projeta chegar a 30 mil tainhas até o final da safra.
Monteiro atribui o desempenho excepcional obtido até o final de maio principalmente ao desastre climático que assolou o Rio Grande do Sul. “A água subiu muito na Lagoa dos Patos e praticamente expulsou os peixes todos pra cá”, acredita. Os ventos favoráveis, trazendo os cardumes mais para a costa, também estão contribuindo para o bom desempenho. ‘Cientista empírico’, como se define, por conta da experiência de algumas décadas na atividade, o pescador teme no entanto que essa captura elevada cobre o preço nas próximas safras, com o declínio dos estoques disponíveis do tradicional peixe no litoral brasileiro.
Campeche e Naufragados, outras duas colônias de pesca forte no Sul da Ilha, porém, ainda não registravam captura mais expressiva na safra deste ano, com menos de três mil peixes capturados até 27/05, segundo os dados do ‘tainhômetro’. A safra da tainha na capital se estende de primeiro de maio a 31 de julho na capital. O Campeche sediou neste ano a 17ª edição da tradicional Missa de Abertura da Safra da Tainha, que reuniu quase duas centenas de pessoas, defronte ao famoso Rancho do Getúlio (foto), no dia 01/05 . (Foto: PMF/Divulgação/JC)