Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Após duas temporadas de verão frustrantes, o Sul da Ilha e a capital projetam uma supertemporada no Verão 2022/2023, com movimento superior inclusive àquelas anteriores à crise sanitária. No recente lançamento da Operação Verão deste ano, que se estenderá até março, o prefeito Topázio Neto foi mais longe e projetou ‘a melhor temporada dos últimos 10 anos na capital’. Depois de dois anos, a cidade voltará a ter eventos tradicionais, como Reveillon e Carnaval.
Com base nos números preliminares da hotelaria, agências de turismo e aeroporto, existe até uma vertente mais otimista apostando que a cidade possa recuperar números históricos, rondando 500 mil visitantes na temporada. Com isso, o Sul da Ilha, que conforme estimativas já absorveria quase 20% desse contingente, poderia receber próximo de 100 mil turistas. “Os feriadões tem sido uma prévia muito positiva, com muita gente de São Paulo, Paraná e até chilenos”, assinala Arante Monteiro, proprietário de badalado restaurante de praia no Sul da Ilha.
Apesar de alguns gargalos que se acentuam ainda mais nessa época, especialmente a mobilidade, o Sul da Ilha foi a região que registrou a maior expansão do turismo da última década na capital, concomitante à própria expansão de sua estrutura urbana e de serviços. “Temos algumas situações que ainda precisarão ser resolvidas, como o Trevo do Erasmo e o acesso ao Morro das Pedras”, observa Arante. A demora na conclusão das obras na SC-406, que liga o Sul da Ilha à Costa Leste, também preocupa.
O superintendente de Turismo da capital, Vinícius de Luca, prevê que essa será novamente uma temporada de predomínio do turista interno, em função do dólar ainda alto e proibitivo para viagens ao exterior, mas não apenas dos estados vizinhos. O dirigente não descarta ainda um forte incremento no número de argentinos. “Após de dois anos de restrições, a classe média argentina está sedenta por viajar e acredito que pode acabar vindo em peso para Florianópolis”, comenta De Luca.
Nessa temporada, segundo o dirigente, a cidade contará pela primeira vez com nove vôos comerciais diários diretos da Argentina, seis de Buenos Aires, dois de Córdoba e um de Rosário, sem falar nos vôos para outros destinos nacionais e internacionais. A presença maior de argentinos é inclusive a esperança da cidade de romper com o fenômeno da concentração do movimento da temporada no período entre o pós-Natal e primeira semana de janeiro. Só nesse período, na temporada passada, a cidade recebeu cerca de 300 mil visitantes, conforme dados da Secretaria de Turismo municipal. “Isso é um fenômeno mundial, não apenas de Florianopólis”, atenua De Luca.
Foto-Legenda: Praia da Ilha do Campeche , um dos destinos turísticos mais cobiçados do Sul da Ilha e capital catarinense. Foto: Leonardo Sousa/PMF/Divulgação/Arquivo/JC