11 de fevereiro de 2022

POLÊMICA verticalização de bairros tem ‘apoio’ do ‘Floripa Sustentável’

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

O entrave no encaminhamento do projeto de revisão do plano diretor não desanimou a robusta base de apoio às propostas que desfruta o governo municipal. Pelo contrário, parece tê-la engajado ainda mais. É o caso do poderoso movimento Floripa Sustentável, integrado por nada menos do que 46 entidades, entre elas, Sinduscon, ACIF, CDL e Fiesc, que endossa e apoia integralmente o projeto e decidiu sair a campo para levar adiante o processo revisório concebido pelo governo municipal. Nos bastidores, dizem até que o movimento teria participado ativamente da própria concepção do texto do projeto revisional proposto pelo governo municipal.
Comitiva do movimento, encabeçada pela sua coordenadora, a empresária Zena Becker, esteve em visita (foto), no início de fevereiro, à Procuradoria Geral de Justiça, apelando por intermediação para resolver o imbróglio. A iniciativa recebeu algumas críticas, inclusive de aliados tradicionais, pelo risco de sugerir pressão sobre o agente público. “Como está havendo muita divergência em relação ao plano diretor, fomos pedir para que se busque uma conciliação que permita a retomada do processo”, justificou.
A dirigente defende também a legitimidade do projeto de revisão em curso. “Já estamos discutindo isso há mais de seis anos; o projeto já passou pelo Conselho da Cidade, que é a instância adequada de discussão, tem poder e precisa ser respeitado”, assinalou. A dirigente disse apoiar a realização de audiências públicas e concordar que a modelagem saia de consenso com o Ministério Público, mas entende que a cabe ao governo decidir sobre eventuais alterações no projeto.“Cabe à Prefeitura avaliar se as proposições surgidas nas audiências são pertinentes e incorporar ou não ao texto final”, ponderou. Em relação ao mérito do projeto de revisão, a dirigente disse que é integralmente favorável, inclusive no que tange à verticalização predial, um dos pontos mais polêmicos. “Sou a favor da verticalização, menos em algumas áreas culturais específicas, como Santo Antônio de Lisboa, Sambaqui e Ribeirão da Ilha”, observou.
Marcos Brinhosa, presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) da capital, que integra o movimento, também declara apoio à verticalização predial proposta no projeto revisório. “A verticalização é extremamente importante para o desenvolvimento e a viabilidade dos municípios, pois viabiliza o uso e a ocupação mais democráticos, além de viabilizar economicamente os investimentos de infraestrutura necessários”, argumentou o dirigente, em recente resposta por escrito ao JC. ‘Entendemos que a verticalização não pode e não deve comprometer de forma alguma a preservação e a sustentabilidade de nossa cidade, premissa básica para se definir a viabilidade e o número de pavimentos a serem autorizados de acordo com sua localização’, ressalvou o dirigente. (Foto: Divulgação/JC)