Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Depois de uma temporada desastrosa no verão passado, em meio à pandemia, um clima de otimismo paira sobre a nova temporada de verão que se aproxima. O sentimento predominante entre dirigentes e empresários do trade turístico local é de que este será o verão da retomada, com movimento muito superior ao anterior, encostando até mesmo no desempenho das duas últimas temporadas que antecederam a pandemia, mesmo que a derrota do vírus ainda não esteja cristalizada.
“O desempenho no feriadão de setembro dá sinais claros de que caminhamos nesse sentido”, assinalou o superintendente de Turismo da capital, Vinícius de Luca. Segundo ele, os índices de ocupação de hotéis de praias na capital praticamente repetiram os resultados do mesmo período de 2018, quando houve feriadão similar. Nem a provável escassez de argentinos assusta. “Sempre se lamenta a ausência deles, mas acreditamos também no avanço de turistas de outros polos emissores tradicionais”, pondera.
“Com o avanço da vacinação e a redução gradativa das restrições sanitárias, acreditamos numa temporada muito próxima da normalidade”, assinala o diretor de Eventos e Turismo da ACIF, Fábio Queiroz. Para ele, o Sul da Ilha tende novamente se destacar nesta temporada, até mesmo pela sua menor dependência dos argentinos, entre outras peculiaridades.
“Embora ainda seja frágil na questão hoteleira, o crescimento da oferta de imóveis para locação, da sua estrutura de bares e restaurantes, além da melhoria de seus acessos viários, tornam o Sul da Ilha cada vez mais atrativo”, argumenta. O dirigente destaca ainda outra particularidade: a preferência de seus moradores de frequentarem as próprias praias locais. “Essa é uma característica que não se vê em outras regiões da Ilha”, observa.
Nem todos, contudo, pactuam desse otimismo. O experiente hoteleiro e presidente do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da capital, Estanislau Bresolin, concorda que os bons números da vacinação são promissores, mas acha cedo para se presumir que teremos uma temporada próxima da normalidade. “Ainda não estamos totalmente seguros, tudo funciona sob restrições; será certamente uma boa temporada, mas em relação à temporada passada”, avalia.
O hoteleiro também considera um equívoco subestimar a ausência dos argentinos, que tende novamente a ser quase absoluta, no desempenho da temporada. “Temos é que brigar para trazer de volta esse público; todas as ótimas temporadas que tivemos contaram sempre com presença maciça de argentinos, isso é histórico”, observa. Nem o incremento de pólos emissores importantes como São Paulo, Rio Grande do Sul e Paraná, conforme ele, supre a ausência dos hermanos. “Não existe substituição para os argentinos”, afirma.
(Foto: Estevam Scuoteguazza/Divulgação/JC)