Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Moradores do Rio Tavares e entorno promoveram, no final de junho, manifestação no entorno da ponte sobre o Rio Tavares, protestando contra a falta de providências dos governos municipal e estadual para pôr fim ao drama dos alagamentos, que castiga centenas de moradores e a própria região como um todo, a cada chuva mais forte. Só em junho foram dois episódios similares, de ruas e casas tomadas pelas águas.
No episódio mais grave, a enxurrada que abalou a capital os dias 19 e 21/06, até mesmo o tráfego no local acabou interrompido por causa do grande volume de água, lembrando a dramática enchente do verão de 2018, que deixou o Sul da Ilha ilhado por quase três dias. Na época, ainda não havia o novo acesso à região, pelo bairro Carianos. O principal pleito dos moradores e lideranças locais segue sendo o mesmo desde aquela época, a dragagem, mesmo que parcial, do Rio Tavares, que corta a região, para minimizar o impacto das chuvas e trazer um pouco de sossego às famílias.
Assoreado pelo despejo de dejetos e até mesmo resíduos volumosos, como restos de material de construção e eletrodomésticos, o rio rapidamente sobe a cada chuva mais forte, gerando transtornos e prejuízos para moradores, comércio e à região. A manifestação contou com o reforço do líder comunitário e ex-morador do entorno, o vereador Gilberto Pinheiro, que prometeu levar a reivindicação para os órgãos oficiais.
“Sou totalmente a favor da dragagem; é necessário dragar o Rio Tavares e também a vala de interligação”, disse o vereador, conhecido como Gemada, que também responde pela presidência do Conselho Comunitário do Rio Tavares. O vereador admitiu, no entanto, que o licenciamento para a obra não será fácil e defendeu a mobilização permanente da comunidade. “Não podemos nos mexer apenas quando a água bate no pescoço”, assinalou.
Voluntário na ajuda aos atingidos pela enxurrada de 2018, e responsável pela produção de um relatório de 16 páginas detalhando o drama vivido pelos moradores durante aquele evento, o nativo Altar Manoel, o Tainha, calcula que a última dragagem do Rio Tavares aconteceu ainda na década de 80. “Só a dragagem parcial do rio, da ponte para a foz já ajudaria bastante; mas sempre se esbarra na dificuldade para obter as licenças”, lamenta. “Falta vontade política para fazer essa obra”, afirmou. (Foto: Divulgação/Arquivo(Jan2018)/JC)