22 de dezembro de 2020

TEMPORADA de ‘máscaras’ iniciou sob otimismo moderado na capital

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

A esperada temporada de verão redentora, após quase um ano de turbulência, se inicia na capital sob nova cortina de incertezas. Depois de um breve período de otimismo até meados de outubro, com a relativa estabilização da pandemia, o período mais importante do ano para a economia, comércio e prestadores de serviço da capital começa com nova fase de recrudescimento dos números do Covid. Conscientizar os visitantes para a necessidade da adoção de medidas protetivas, sem afugentá-los, passa a ser o principal desafio para gestores públicos e sociedade catarinense.
 “Acreditamos numa boa temporada, mas sem dúvida, será uma temporada diferente, com características bem atípicas”, sentencia o superintendente de Turismo da capital, Fábio Queiroz. Mesmo com o agravamento da pandemia, o dirigente prevê que os turistas virão e o período entre o pós-Natal e meados de janeiro, que tradicionalmente concentra o pico da temporada na capital, tende a repetir os mesmos números dos últimos anos, permitindo uma boa respirada para a economia da capital. O turismo responde por nada menos do que 20% do PIB do município.
“Florianópolis desfruta de uma privilegiada avaliação como destino turístico e também transmite sinais de destino seguro para os turistas”, argumenta. O próprio cancelamento do tradicional Reveillon da capital, ao invés de prejudicar, acredita ele, deve contribuir para reforçar ainda mais a mensagem de gestão da questão sanitária que o município ostenta. Ao longo da temporada, o município deve manter também uma estrutura para conscientização dos visitantes sobre a necessidade de medidas protetivas.
O perfil do turista, no entanto, tende a ser um pouco distinto daquele que vinha anualmente nesta época, que privilegiava eventos e aglomerações nas praias. “Acho que teremos um visitante com perfil comportamental diferente, mais precavido e também de maior padrão-sócio econômico”, projeta. “Muitos turistas nacionais, que costumavam viajar para o exterior nesta época, em função das restrições as viagens internacionais, terão que optar pelo turismo interno”, pondera.
O presidente da agência estadual de turismo  Santur, Leandro Mané Ferrari, acha que o próprio estresse da sociedade com os cuidados sanitários vai resultar em demanda turística, inobstante os riscos. “É perceptível esse cansaço da sociedade, mas o vírus continua por aí e até que tenhamos a vacina é importante que continuemos respeitando os protocolos, para minimizar os riscos de um novo lock-down, como já está acontecendo em diversos países europeus”, adverte. (Foto: Stevan Scuoteguazza/Divulgação/JC)