Angelo Poletto Mendes/Redação JC
O clima de pessimismo que pairava sobre a próxima temporada de verão na capital começa a se diluir após o gradativo afrouxamento das medidas restritivas, principalmente a liberação das praias para caminhadas e a prática esportiva. Desde meados de setembro já é visível um movimento crescente nos balneários a cada dia de calor mais intenso, mesmo durante a semana, gerando uma onda de otimismo moderado acerca da nova temporada.
Essa retomada, ainda que tímida, começa a retroalimentar também bares e restaurantes da orla, que já operam praticamente em ritmo normal, mantidos os regramentos. “A perspectiva é boa em termos de movimento, percebemos essa gradativa reversão de expectativas, mas precisamos ter consciência de que a pandemia não acabou”, assinala, cauteloso, o presidente da agência estadual de turismo (Santur), Leandro Mané Ferrari.
Para ele, é nítido que existe um desejo reprimido da população em retomar a interação social e o lazer, e isso deve favorecer o turismo. Mesmo assim, ainda entende que a temporada será peculiar, em função da necessidade de respeito aos regramentos para evitar retrocessos. “O turismo regional, de poucas distâncias, deve prevalecer, com muito fluxo de visitantes do próprio estado”, acredita.
“Com o declínio nos números de contaminação, nossa expectativa é de uma temporada muito boa”, reforça o secretário municipal de Turismo, Juliano Richter Pires. Segundo ele, nos tradicionais portais de viagens e turismo a cidade se mantém posicionada entre as mais procuradas e atrativas para o pós-pandemia. O dirigente acredita que a capital deve atrair também fluxos importantes de tradicionais pólos emissores, como São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
“A baixa nos números do Covid, o dólar alto e o tradicional charme da Ilha indicam uma boa temporada”, confia Pedro Prando, dono de restaurante no Campeche. “Também começo a acreditar numa boa temporada, embora ainda um pouco receoso com a questão sanitária; as consultas de preços já começaram a acontecer”, revela o hoteleiro Carlos Krebs, do Campeche. Corroboram essas expectativas, o próprio planejamento oficial da temporada.
O secretário Juliano Pires disse que já foi iniciado o processo licitatório para instalação de 230 banheiros químicos nos balneários, volume similar à temporada passada. As ‘inovadoras’ duchas por aplicativo também estariam na iminência de iniciarem instalação e o edital para seleção de ambulantes que trabalharão nas praias, recentemente lançado, também contempla praticamente o mesmo número de vagas.
O próprio Reveillon da capital, que já esteve mais ameaçado de cancelamento, tende a acontecer, embora com características diferenciadas, em função da pandemia. Em Balneário Camboriú, o evento foi cancelado. O único consenso entre todos é que os argentinos – embora o dólar alto seja favorável a essa demanda -, tendem a ser novamente escassos por aqui, por questões econômicas e de saúde.
(Foto: Stevan Scuoteguazza/Divulgação/JC)