Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Maior obra viária dos últimos 15 anos no Sul da Ilha, desde a inauguração da Via Expressa Sul em 2004, o novo acesso viário à região se encaminha finalmente para a conclusão, não sem antes reservar algumas emoções. Não bastasse o atraso de mais de cinco anos na sua conclusão em relação ao cronograma original, que estabelecia sua entrega ainda para a Copa do Mundo do Brasil, em 2014, a obra recentemente prometida para término em março, acaba de ganhar novo prazo para ficar pronta.
Após recente intervenção do Ministério Publico de Santa Catarina (MPSC), o governo estadual, por meio da Secretaria de Infraestrutura, se comprometeu em entregar a obra, inclusive com o acesso duplicado dos últimos trechos pendentes, que soma pouco mais de 1,8 quilômetro, até o final de abril. As intervenções também contemplam a introdução de passa-fauna (tubulação sob a rodovia para passagem de animais silvestres), instalação de cercas de proteção para animais e defensas metálicas de segurança, entre outras.
A principal causa para o adiamento da conclusão foi a demora na retomada das obras neste ano, em função de alguns aditivos financeiros para custeio de obra que foram introduzidos em pelo menos três trechos, em decorrência de alguns imprevistos geológicos. O ex-secretário de Infraestrutura, Carlos Hassler, demitido na primeira quinzena de fevereiro, explicou que esses aditivos precisam ser justificados por meio de medições, para atualização dos contratos. Após a saída de Hassler, assumiu a titularidade da secretaria o ex-secretário adjunto, Thiago Vieira.
Mesmo inacabado, o novo acesso ao Sul da Ilha liberado no final de setembro, contemplado posteriormente com uma rótula na intersecção da Rodovia da Tapera com a SC-405, modificou bastante o panorama de mobilidade na região, desafogando a própria SC-405, entre os elevados da Seta e Rio Tavares. A funcionalidade efetiva do novo acesso só não é completa ainda por causa dos trechos remanescentes em pistas simples, que costumam provocar alguns congestionamento nos horários de pico, especialmente durante a semana.
“Acho que a conclusão desses trechos vai resolver a tranqueira, mas precisaria se rever também a questão dos acostamentos, para melhorar a segurança”, observa o engenheiro-mecânico Sérgio Aspar, presidente do Conselho de Desenvolvimento do Sul da Ilha (Codesi). Com o novo acesso, o Sul da Ilha ampliou inclusive seu status, passando a ser apontado como ‘nova joia catarinense’ e destino crescente de novos moradores e empreendedores. A valorização de algumas áreas do entorno da nova rodovia, que ladeia também com o moderno novo aeroporto da capital catarinense, chegaram a valorizar até 50%, conforme estimativas do mercado imobiliário.
(Foto: Secretaria de Mobilidade e Infraestrutura SC/Divulgação/JC)