26 de fevereiro de 2020

APÓS início promissor, verão chega ao fim sem deixar saudades em SC

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

O superverão esperado no Sul da Ilha não se confirmou. Apesar do calor que predominou e da melhoria na mobilidade local, com a liberação do novo acesso à região e aeroporto, o movimento ficou abaixo das expectativas. Essa pelo menos é avaliação de alguns comerciantes e hoteleiros locais. “A temporada foi ruim, bem mais fraca do que a do ano passado; mesmo no período de maior intensidade, ao longo de janeiro, o movimento foi menor do que na temporada anterior”, sentenciou o hoteleiro Carlos Krebs, dono de pousada Recanto do Campeche.
O empresário calcula que o resultado da temporada será em torno de 20% menor do que no ano passado, número que vem sendo inclusive divulgado como estimativa preliminar pelas entidades hoteleiras da capital. Para ele, uma das principais causas foi a já esperada redução drástica dos argentinos, tradicionais puxadores da temporada, em função da crise que atravessa o país. “Os poucos que vieram ficaram menos tempo e gastaram muito pouco”, observou.
Mesmo os brasileiros, que sustentaram a temporada na capital, tinham também perfil bem mais econômico do que o usual, avaliou Krebs. Dona de tradicional loja de artesanato no Campeche e mais recentemente com unidade também no Ribeirão da Ilha, a empresária Ana Dreher corrobora a leitura do hoteleiro. Para ela, a temporada foi mais fraca que a do ano passado, com predomínio de turistas de perfil muito mais econômico. “Foi uma temporada muito curta, até o dia 20 de janeiro foi muito boa, mas depois praticamente acabou”, observou.
Nem todos, no entanto, comungam dessa análise. O empresário Pedro Prando, sócio do badalado Sufoco’s, no Campeche, acha que a temporada ‘foi’ boa, pelo menos igual ou mesmo melhor do que a do ano passado. Para ele, o que vem mudando ao longo dos anos e, que muitos ainda não teriam assimilado, é que houve uma mudança de paradigma em relação à duração da temporada. “A temporada atualmente não dura mais do que 40 dias, vai do pré Natal até o final de janeiro’, comentou. “Depois é um ou outro turista perdido até o Carnaval e acabou”.
Já o superintendente de Turismo da capital, Vinícius de Luca, acredita que a temporada deste ano foi até um pouco melhor do que a do ano passado, pelo menos no que tange às locações de imóveis e hotelaria. “Tivemos um Reveillón muito bom, com a melhor taxa de ocupação hoteleira em 11 anos”, comentou. A brutal ausência dos argentinos, conforme ele, foi relativamente compensada com o incremento dos turistas nacionais, inclusive com significativo aumento no número de mineiros, que suplantaram os paranaenses no ranking de pólos emissores. Isso seria fruto, calcula ele, de novo vôo direto implantado recentemente a Belo Horizonte.
De Luca exaltou ainda a melhoria da infra-estrutura de apoio ao turismo implementada nesta temporada.  “Aumentamos bastante o número de chuveiros, banheiros e quiosques, inclusive por meio de parcerias, sem custos para o município”, comentou. Só no Sul da Ilha, de acordo com ele, foram 47 banheiros e chuveiros, que devem permanecer nas praias até o final de março. Apesar da temporada curtíssima, o Campeche se destacou novamente como um dos destinos mais badalados da capital. No começo de fevereiro, o balneário do Sul da Ilha (foto) foi palco da primeira edição deste verão do evento ‘Conexão NSC’, da rede NSC. (Foto: José Somensi/Conexão Verão NSC/Divulgação/JC)