Angelo Poletto Mendes/Redação JC
A iminente liberação do novo acesso viário ao Sul da Ilha, previsto para outubro, não é vista como a solução definitiva para a mobilidade da região. Depois do recente novo episódio da maré alta que atingiu a rodovia SC-405 – principal acesso regular à região – causando transtornos para centenas de motoristas durante quatro dias consecutivos e obrigando a liberação em caráter de emergência do acesso pela Base Aérea Florianópolis, lideranças locais retomaram a mobilização pela liberação em caráter permanente deste acesso alternativo para o Sul da Ilha.
Defensor ardoroso da liberação, o ex-intendente do Campeche e atual vereador Vanderlei Farias, o Lela, – juntamente com o vereador Pedro Silvestre, o Pedrão -, esteve recentemente em Brasília angariando apoios para a postulação. Os dois vereadores foram recebidos pelos três senadores catarinenses, Dário Berger (PMDB), Esperidião Amin (PP) e Jorginho Mello (PR), que manifestaram simpatia pela causa do Sul da Ilha.
O novo acesso, a exemplo do recente elevado do Rio Tavares, não será suficiente para equacionar o problema da mobilidade na região, na avaliação de Lela. “Será um acesso afunilado, iniciando em três pistas na Via Expressa Sul, caindo para duas pistas na Diomicío Freitas e terminando em pista simples na Rodovia Aparício Ramos Cordeiro (Rodovia da Tapera)”, ponderou. “Esse novo acesso foi concebido para contemplar mais o novo aeroporto do que o Sul da Ilha”, assinalou.
O vereador acredita que não existiriam mais justificativas para se restringir o acesso pela Base Aérea de Florianópolis como ligação regular para o Sul da Ilha. “Temos exemplos de corporações militares como a Marinha e o 63º BI, no Continente, que estão situadas em áreas urbanas e nunca tiveram qualquer tipo de problema”, argumenta. “Esse acesso poderia a ajudar muito a resolver o fluxo local, especialmente para o Ribeirão da Ilha, Tapera e Caieira da Barra do Sul”, observou.
A proposta tem a simpatia de entidades como a Associação dos Moradores do Campeche (Amocam) e o Conselho de Desenvolvimento do Sul da Ilha (Codesi). Sob novo comando, a Base Aérea local tem sido mais maleável e recentemente teria até admitido ceder uma área para interligar um ainda embrionário transporte marítimo regional, ligando Palhoça à Tapera.
Lela diz que o próximo passo na luta pela viabilização da nova alternativa regular de acesso viário à região será uma visita à Força Aérea Brasileira (FAB) e Ministério da Defesa, juntamente com os senadores. NO bojo da proposta, ressalta o vereador, está também a conclusão das obras de um hospital/maternidade edificado na área da Base Aérea, que estaria inacabado e inativo, com sua posterior incorporação ao sistema público de saúde.