Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Em meio a um crescimento cada vez mais vertiginoso, moradores do Campeche e região têm convivido com um ritmo de interrupções no fornecimento de água e de energia mais frequentes. Às quedas de luz pontuais em áreas específicas, quase invisíveis para a coletividade, somou-se recentemente uma interrupção de grandes proporções que deixou 10 mil unidades no escuro por quase duas horas na noite de domingo (21/07), no Campeche. Por momentos, chegou a lembrar o histórico ‘apagão’ que atingiu a capital no início dos anos 2000.
A Celesc nega que as interrupções tenham a ver diretamente com a expansão urbana da região, embora não despreze eventuais impactos de construções e ligações irregulares. “Nossa manutenção preventiva e preditiva está em dia”, assegura o diretor de Distribuição da empresa, Sandro Levandoski. Existem inúmeros fatores que podem impactar no fornecimento, elenca ele, como vegetação, ventos, colisões, oxidações e até pipas e balões, entre outros.
No caso na queda de energia que deixou meio Campeche às escuras, a causa divulgada pela empresa nas redes sociais foi que “o alimentador identificou defeito na rede e abriu automaticamente, perto das 20h”. O dirigente anuncia, por outro lado, que a Celesc planeja investir cerca de R$7milhões em obras de ampliação da Subestação Ilha Sul, que elevará sua capacidade em mais de 30%, o que significa a grosso modo ampliar sua capacidade de atendimento para cerca de 70 mil pessoas.
No âmbito da água, as interrupções ainda são muito pontuais, a maioria decorrente de operações programadas, como limpezas da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Lagoa do Peri, seu principal manancial de abastecimento. Até poucos anos suficiente para atender a demanda de mais de 70 mil unidades em 13 bairros da Costa Leste-Sul, até a Barra da Lagoa, a água da Lagoa do Peri precisar ser complementada pela produção de uma série de poços no Campeche e Rio Tavares.
Mesmo com o incremento de novos prédios e empreendimentos comerciais na região – só o novo aeroporto vai consumir quase 500 mil litros diários – o chefe da Divisão de Políticas de Água da Casan, Bruno Cosack, garante que não existe risco de colapso no fornecimento de água na região, mesmo em meio a atual estiagem. No caso específico do terminal, ele explica que parte da água será fornecida via Carianos, oriunda do sistema Centro. O engenheiro destaca ainda que o atendimento da Lagoa da Conceição e Barra da Lagoa também está na iminência de passar a ser feito pela rede do Norte da Ilha, desafogando um pouco mais o sistema do Sul da Ilha.