Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Concebido há quase cinco anos como solução alternativa para desafogar o tráfego regional, quando o prometido novo acesso viário ao Sul da Ilha colecionava fracassos e até mesmo alguma descrença sobre sua viabilização efetiva, o novo elevado do Rio Tavares nunca teve vida fácil. O primeiro revés aconteceu ainda em 2014, quando os dois primeiros editais para contratação da obra fracassaram por falta de concorrentes, obrigando o governo municipal a revisar o valor do investimento.
Na sequência, sob pressão de lideranças políticas e comunitárias regionais, o projeto inicial do equipamento sofreu reformulação técnica pouco antes de seu início efetivo, que só aconteceu no final de maio de 2015. Menos de um mês após o começo da obra, outro imprevisto: a descoberta de vestígios arqueológicos no local, que obrigou a redução do ritmo dos trabalhos e a concomitância com escavações técnicas no local.
Até um inusitado tropeço de engenharia acometeu a obra, com a percepção tardia de que o solo local não oferecia resistência ao material que estava sendo aplicado no escoramento das bases de concreto, obrigando a substituição de madeira por aço. Em paralelo, dificuldades financeiras sempre acompanharam a obra, especialmente no que tange à quitação das desapropriações. Com isso, a conclusão do equipamento foi ganhando sucessivos adiamentos e terminou com apenas 30%dos trabalhos concluídos na gestão do ex-prefeito César Souza Júnior.
Assumido pela nova gestão como pedra-de-toque , com promessa de conclusão no final de 2017, a obra também demorou a deslanchar. Um capítulo delicado desta fase aconteceu em meados do ano passado, quando a executora da obra tornou pública sua a insatisfação com o ritmo dos desembolsos recebidos. A situação foi rapidamente contornada pelo atual governo, mas a entrega efetiva da obra só acontece agora, quase 15 meses após a data inicialmente planejada pelo prefeito Gean.
A própria viabilização do elevado, como cereja-do-bolo do aniversário da cidade, no entanto, só foi possível em função de uma recente intensificação no ritmo de trabalho, com ampliação dos turnos diários e adoção de meio-período aos sábados. A Conpesa, empresa do Grupo Pedrita, informa que em menos de oito meses foram executados 70% dos trabalhos. “Quando assumimos, tive uma conversa muito boa com o prefeito Gean e houve compromisso mútuo de concluirmos o elevado o mais rápido possível, a partir de um planejamento físico e financeiro”, explica a atual gestora do Grupo Pedrita, Regiane Baumgartner, através de material enviado por sua assessoria. (Foto: Leonardo Sousa/Divulgação/JC)