Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Às vésperas de nova temporada de verão, o Sul da Ilha se aproxima cada vez mais também de um quase inevitável colapso de seu sistema viário. Além da defasagem estrutural histórica – a região sempre foi tratada a pão e água na distribuição de investimentos públicos pelos sucessivos governos -, a situação ganha contornos dramáticos por conta de seu crescimento geométrico registrado nos últimos anos, fruto da avalanche de novos prédios e condomínios residenciais liberados para a região.
O velho Campeche não existe mais. Os congestionamentos são diários em todos horários, atingindo todas suas rodovias e vias internas de ligação intra-bairros. Não bastasse a multidão de novos moradores e o consequente entupimento de suas artérias viárias, a região virou agora também a menina dos olhos dos grandes empreendimentos comerciais geradores de tráfego, que trazem junto consigo um cinturão de pequenos novos negócios e moradores.
Sem entrar no mérito dos benefícios inegáveis destes empreendimentos para consumidores e economia da região, não é difícil perceber que, se não houver uma intervenção eficaz da gestão pública, o colapso viário é iminente. Com a chegada dos turistas a partir de dezembro, a única dúvida que resta é sobre a dimensão da enrascada que se abaterá sobre a região e seus moradores, podendo comprometer até mesmo os resultados da saudável chegada dos veranistas para o comércio local.
O próprio novo e badalado aeroporto da capital – que abrigará também amplo complexo comercial e consequente movimento extra-passageiros -, em construção acelerada em área vizinha ao atual, tem contribuído para agravar o drama viário da região, usada para o vai-e-vem contínuo de caminhões, maquinário e equipes de trabalhadores. Não está descartado inclusive que o novo terminal inicie atividades no próximo ano com acesso apenas pela modesta rodovia da Tapera.
Enquanto isso, duas obras cruciais para aliviar o drama viário da região prosseguem em banho-maria. O elevado do Rio Tavares até ensaiou ficar disponível, mas aos 45 do segundo tempo a gestão municipal optou por rever sua aventada liberação inacabado ainda em 2018, temendo riscos à segurança e responsabilidade sobre eventuais acidentes. Já o novo acesso ao Sul via aeroporto avança, mas seu término segue uma incógnita. A terceira solução, que seria a uso regular do acesso pela área da Base Aérea de Florianópolis para idas e vindas ao Sul, permanece fora de discussão, uma espécie de segredo de estado. (Foto: Divulgação/JC)