ELEVADO do Rio Tavares deve abrir ao tráfego até final de dezembro
Angelo Poletto Mendes/Redação JC
A percepção mesmo que leiga dos moradores do Sul da Ilha acerca do tímido andamento das obras do elevado do Rio Tavares, – cujo ‘compromisso’ inicial da atual gestão municipal era entregar no final do ano passado -, não falhou. A obra, que já passou por sucessivos adiamentos, não ficará pronta nem mesmo no final deste ano. A solução que busca agora a Prefeitura é viabilizar a liberação do equipamento, mesmo inacabado, antes da próxima temporada, para atenuar o drama da mobilidade que vem se agravando cada vez mais na região.
Depois de prometer a entrega da obra no final de 2017, após em março deste ano – no aniversário da cidade – e depois em julho, o prefeito Gean Loureiro desistiu de fixar nova data para entrega. O foco agora é liberar o novo equipamento ao trânsito no final deste ano, desde que em condições de segurança, deixando para aparar arestas e executar as etapas complementares e acabamentos no próximo ano. O desafio para a consecução deste objetivo mais modesto, contudo, não será fácil.
CAVEIRAS – Iniciada em maio de 2015, a obra já encontrou diversas
‘caveiras de burro’ pelo caminho, começando ainda na fase de sua contratação. As duas primeiras licitações fracassaram e só na terceira apareceram concorrentes a sua execução. Na sequência, o projeto de engenharia sofreu reformulação, vieram descobertas de vestígios arqueológicos no local, que impuseram novo ritmo e condições para execução da obra, e surgiu até um imprevisto geológico, a ‘descoberta’ em pleno andamento dos trabalhos que o solo local era mole, obrigando a substituição de madeira por aço no escoramento das bases de concreto.
A morosa solução para as desapropriações, basicamente devido à escassez de recursos, é outro entrave que acompanha a obra desde o início. Quando essa equação parecia próxima da solução – em julho mais duas desapropriações foram efetivadas e parte dos imóveis demolidos -, eis que novo entrave vem à tona: a polêmica instabilidade econômica da empresa líder do consórcio Conpesa/BTN, executora da edificação. Já teria sido cogitada até a possibilidade de rescisão do contrato, o que obrigaria a abertura de nova licitação e empurraria sua conclusão para um ainda mais obscuro buraco do tempo.
A Prefeitura lava as mãos e alega que fez a sua parte – recentemente teria feito novo desembolso de R$ 400 mil à obra – contribuindo para o equilíbrio financeiro da executora. O prefeito confia no deslanche da obra a partir do final de agosto e tranquiliza a população local, descartando a opção de rescisão de contrato neste momento. “Não quero mais falar em prazo, mas temos possibilidade de liberar o elevado para o trânsito até 31 de dezembro”, declarou a um diário local. Loureiro ressalva, no entanto, que mesmo esse novo prazo também pode sofrer atraso, por causa do trecho do lado esquerdo em direção ao Campeche, onde existem rochas a serem removidas.
Com 220 metros de extensão, o elevado do Rio Tavares fará a conexão , em forma de anel, entre as rodovias SC-405e SC-406, que ligam o Rio Tavares e o Campeche à Lagoa da Conceição. Sustentado sobre 12 pilares, cada um eles com oito estacas, coroadas por um bloco com mais de 30 metros cúbicos de concreto, o projeto do elevado contempla também ciclovias e calçadas. O custo estimado total da obra é de R$ 15 milhões para obras físicas e outros R$ 17 milhões para desapropriações. (Foto: Divulgação/JC)