Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Com pelo menos cinco anos de atraso em relação ao cronograma original, que previa sua conclusão ainda antes da Copa do Mundo de 2014, a novela das obras do novo acesso ampliado ao Sul da Ilha acaba de ganhar novos e decisivos capítulos. Isso pelo menos é que anunciou o governo estadual, com pompa e circunstância, durante recente evento de exibição da licença obtida para iniciar a execução do último trecho pendente da rodovia, de pouco mais de 2,6 quilômetros.
Em meio a um staff no cerimonial de exibição do documento que incluía até mesmo o secretário de Turismo Leonel Pavan, além do futuro governador-tampão Eduardo Pinho Moreira, o secretário estadual de Infraestrutura, Luiz Fernando Vampiro, prometeu inaugurar a obra em julho do próximo ano, três meses antes da prometida inauguração do novo aeroporto da capital, agora sob a batuta de um grupo suíço.
O súbito deslanche do licenciamento para execução final da obra, que se arrastava há dois anos, foi notoriamente pautado a contemplar interesses do grupo estrangeiro, que insinuava até desistir da concessão do Hercílio Luz a persistir a indefinição sobre a conclusão da obra. Sob denominação de Floripa Airport, a subsidiária do grupo suíço Zurich Airport assumiu oficialmente as operações do aeroporto da capital no dia 03/01.
Não obstante a afago dirigido aos europeus, a obra terá importância crucial para os cerca de 60 mil moradores do Sul da Ilha, que hoje se afunilam pela SC-405 para chegar à região. A recente enchente que abalou a região e deixou-a praticamente isolada por quase dois dias, por conta do bloqueio da rodovia, deixou ainda mais flagrante a urgência da obra.
Como toda novela sempre reserva muitas emoções, o edital de licitação para execução do trecho pendente só será lançado na primeira quinzena de março, com a contratação efetiva da obra estimada para o final do primeiro semestre do ano. O governo estadual alega que, em função da indefinição sobre a liberação do trecho margeando área de preservação, o projeto final ainda carece de finalização.
O experiente engenheiro Cléo Quaresma, superintendente do Deinfra (Departamento Estadual de Infraestrutura), Cléo Quaresma, calcula que o trecho remanescente a ser contratado pode ser executado num prazo de oito meses. “SE tivermos uma construtora competente, é uma obra rápida”, assinalou. Sobre os demais trechos que compõe o complexo viário, Quaresma garante que estão cerca de 90% concluídos, restando algumas desapropriações para viabilizar sua integralidade. (Foto: Divulgação/Arquivo/JC)