Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Região que vem registrando o maior crescimento no número de turistas na capital e até mesmo no estado, em termos proporcionais, o Sul da Ilha deve registrar uma das temporadas mais movimentadas dos últimos anos no Verão 2017-2018. Empresários e lideranças locais elencam diversos fatores que contribuem para a expectativa de grande afluxo de visitantes. Além de suas características intrínsecas – praias diferenciadas e exuberante natureza – , que seduzem cada vez mais turistas do Brasil e exterior, o cenário econômico do Brasil e países vizinhos e até recentes fenômenos naturais que castigaram a capital favorecem a região.
“É palpável que existe um desejo cada vez maior pelo produto Sul da Ilha, até mesmo na Argentina”, assinala o hoteleiro Talmir Duarte Silva, que participou da recente Feira Internacional de Turismo (FIT), em Buenos Aires. Com o câmbio amplamente favorável, Silva acredita que os argentinos serão novamente o ponto alto da temporada na capital, privilegiando também o Sul da Ilha. “Os argentinos descobriram a região e a cada ano vêm em maior número, trocando outros destinos tradicionais pelo Sul da Ilha”, comentou.
Além deles, projeta Silva, também são esperados muitos chilenos, uruguaios e paraguaios. “É mais barato para eles hoje fazerem turismo em Florianópolis do que nos seus próprios países”, assinala. A expectativa é corroborada pelo presidente da Santur – órgão oficial do turismo estadual -, Valdir Walendowski. Segundo ele, além de um excepcional número de vôos charters (fretados) já confirmados, neste ano a capital catarinense terá também uma série de novos vôos comerciais, oriundos da Argentina.
“A Aerolíneas Argentinas estará com 17 vôos semanais de Buenos Aires para Florianópolis a partir do Natal até o final da temporada; além de outros três de Córdoba, três de Rosário e três de Mendonça”, relatou. O dirigente ressalta ainda que o maior contingente de argentinos normalmente se desloca para o estado por via terrestre, correspondendo a quase 80% do total. Apesar da sinalização promissora, Valdir prefere não arriscar um percentual de crescimento no número de turistas na próxima temporada. “Ainda é prematuro”, se esquivou.
Em relação ao turista nacional, o hoteleiro Talmir acredita que também haverá crescimento, apesar da crise econômica. “Com crise ou sem crise, o turista nacional sempre vem e deve repetir pelo menos o desempenho do ano passado, que foi bom”, avalia. O perfil dos visitantes, no entanto, ainda é uma incógnita. Na temporada passada, houve um predomínio de turistas mais econômicos, inclusive entre os argentinos, que causou um declínio de 14% no faturamento em relação à temporada anterior, conforme dados da Federação do Comércio de SC (Fecomércio).
Os dados sobre números do turismo na capital são desencontrados – a Santur que era tradicional referência, já não disponibiliza estatísticas atualizadas – mas estimativas indicam a capital recebeu pelo menos 1,9 milhão de visitantes nas duas últimas temporadas, no período entre dezembro e março. O Sul da Ilha, que historicamente absorvia pelo menos 12% desse contingente, se estima que já beire os 15%, o que projeta mais de 250 mil visitantes na região no Verão 20017/2018. (Imagem Ilustrativa: Carlos Latuff/2017)