Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Poucos dias após nova avalanche de denúncias de lançamento irregular de esgotos, que botou o Campeche e o badalado Point do Riozinho de volta ao bico do corvo às vésperas da temporada, acendeu de novo a luz no fim do túnel para solução do problema na região. A Casan informa que acaba de autorizar o reinício das obras, após receber sinal verde da Fundação estadual do Meio Ambiente (Fatma), da futura nova estação de esgoto do Rio Tavares, peça crucial para funcionamento de toda rede de esgoto do Campeche, iniciada há quase 10 anos e até hoje inacabada.
“A empresa já iniciou a montagem do canteiro de obras e a compra dos materiais para execução dos trabalhos”, garantiu o gerente de Construção da Casan, Fábio Krieger. A obra tem prazo de 24 meses para ficar pronta, o que remete sua conclusão para o final de 2019, significando finalmente a possível entrada em operação do sistema. A rede contempla 52 quilômetros de tubulações, 80% já implantadas, e oito estações elevatórias, beneficiando quase todo o Campeche.
A questão do lançamento do efluente tratado da futura estação, contudo, segue indefinida, já que a autorização da Fatma se restringe à estação. Paralelamente à construção, explica Krieger, prosseguirão estudos sobre o melhor ponto de lançamento do efluente tratado no Rio Tavares, destino temporário até a viabilização do polêmico projeto de emissário de esgoto em mar aberto no Campeche. “Agora iniciamos uma corrida contra o relógio, porque até dia 31/12 temos que estar com a obra em andamento, sob pena de perder os recursos do Ministério das Cidades”, assinalou.
O afloramento de novos pontos de lançamento de esgoto no Campeche, especialmente no chamado Point do Riozinho, em meados de outubro, mobilizou novamente a comunidade e poder público. Acionado pelo ONG SOS Campeche Praia Limpa, o Ministério Público chegou a instaurar inquérito cobrando intervenções da Floram e Vigilância Sanitária para solução do problema. No final de outubro, Prefeitura e Casan promoveram a quinta blitz na região para detecção de lançamento irregular de esgoto na rede inativa da companhia, resultando na retirada de 36 mil litros de carga clandestina por caminhão hidrovácuo. (Foto: Divulgação/Arquivo/JC)