Angelo Poletto Mendes/Redação JC
A rusticidade e restrito avanço construtivo também favoreceram o Sul da Ilha nas recentes ressacas que castigaram diversas praias da capital. Enquanto nas regiões norte e leste da Ilha, além do encurtamento da faixa de areia o fenômeno provocou muitos prejuízos e um cenário de devastação em praias tradicionais como Canasvieiras, Ingleses, Brava e Mole, no Sul da Ilha apenas duas praias sofreram danos – uma delas a pequena Praia da Caldeira, um pico de surfe encravado entre os cantões da Armação e Morro das Pedras sem qualquer tipo de edificação – e a Praia do Matadeiro, vizinha à Armação, também de baixo perfil construtivo.
O principal problema causado pela ressaca na região, já superado, foi a ameaça à rodovia SC-406, de acesso à Armação e demais praias do extremo sul da Ilha, bem como à tubulação de abastecimento de água das costas Sul e Leste da Ilha, por conta do avanço da maré sobre a restinga na Praia da Caldeira. Depois de um período tenso para moradores da região, o Departamento de Infraestrutura estadual (Deinfra) interviu e pôs fim ao drama, através da deposição de cerca de 400 metros cúbicos de rocha no local, num trecho de 120 metros de extensão.
“Foi uma solução extremamente importante para salvar a estrada e o cano; as pedras foram colocadas com ajuda de máquinas, com preservação da saída de esgoto pluvial”, elogiou o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Sul da Ilha (Codesi) e ex-dirigente comunitário da Armação, Sérgio Aspar. Com o recuo da maré, a faixa de areia local está sendo recuperada, mas o acesso à praia ficou mais complicado. O superintendente do Deinfra, Cléo Quaresma, informou que gestiona junto à direção do órgão novas intervenções no local, para refinamento do trabalho. “O enrocamento foi concluído, agora vamos ver se conseguimos dar um acabamento na obra”, comentou.
A Prefeitura da capital informou, por outro lado, que deu início na segunda quinzena de novembro à limpeza e recuperação das praias atingidas pela ressaca, contemplando também Caldeira e Matadeiro. Com recursos de R$ 1 milhão liberados pelo Governo Federal, as intervenções envolvem retirada de entulhos, limpeza das faixas de areia e reinstalação de postos de guardas-vidas. As obras tem prazo até 15/12 para ficarem prontas e não contemplam as edificações particulares que foram destruídas. (Foto: James Tavares/Divulgação/JC)