Angelo Poletto Mendes/Redação JC
As obras de acesso ao futuro novo aeroporto da capital, cruciais para a mobilidade do Sul da Ilha, ganharam um reforço de peso em meados de março, com a concessão de exploração do Aeroporto Internacional Hercílio Luz para um grupo empresarial suíço. Com expertise neste tipo de negócio, dirigentes da Zurich Airport já bateram ponto no gabinete do governo estadual cobrando solução para a interminável novela da ampliação do acesso ao empreendimento, que será edificado e operado pelo grupo suíço por 30 anos.
Como é de praxe nestes casos – investidor estrangeiro é sempre tratado a pão-de-ló – o governo fez um rosário de promessas de agilização da obra. O benefício para os menos prestigiados moradores do Sul da Ilha, por tabela, só não é maior, porque os próprios gringos trataram de botar água fria na fervura, admitindo que o novo aeroporto só deve iniciar operações no final de 2019, prazo limite fixado no contrato de concessão.
O presidente do Deinfra, Wanderlei Agostini, nega no entanto que o suporte ao investimento suíço vá pautar as obras de ampliação a partir de agora. “Estamos cientes da importância desta obra também para a mobilidade do Sul da Ilha”, garantiu. “O novo acesso é uma obra autônoma, independente, que obedece cronograma próprio”, assegurou.
O dirigente acredita que ainda na primeira quinzena de maio deve ser resolvido o imbróglio acerca do último lote do trecho que ainda não teve obras iniciadas, em função de entraves ambientais. Com a concordância da Fatma para executar o trajeto contornando área de preservação ambiental, ao invés da opção cara e de alto custo social de adentrar um loteamento residencial em Carianos, só está faltando a aquiescência do ICMBio.
“Acho que até o final do próximo ano teremos todas essas obras prontas”, assinala Agostini, minimizando o cronograma original que prevê em torno de 18 meses para executar o trecho pendente. “O que manda em obra é dinheiro, e os recursos estão garantidos”, afirmou. Em relação aos outros dois lotes que compõem a obra, garante que no prazo de nove meses estarão prontos. Engenheiros alertam, no entanto, que no Lote 1, que se estende do Viaduto da Seta até o campo do Avaí, ainda existem importantes desapropriações pendentes.
(Foto: Júlio Cavalheiro/Divulgação/Arquivo/JC)