Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Em ritmo lento desde o início da nova gestão municipal, inobstante o ‘compromisso’ tácito do novo prefeito com a sua viabilização, a conclusão do elevado do Rio Tavares vai depender agora da ‘generosidade’ dos empresários da cidade. Isso porque Gean Loureiro aposta todas as suas fichas nas polêmicas e recém regulamentadas Parcerias Público-Privadas (PPP) para obter os recursos para quitar desapropriações necessárias à obra.
No caso específico, o governo conta com recursos oriundos da outorga onerosa de índices construtivos advindos das construtoras para aplicar nas desapropriações. A rigor, significa comprar autorização para ampliar o número de pavimentos de uma edificação. A dúvida que persiste é se esses acréscimos seriam concedidos no próprio entorno, o que confrontaria diretrizes comunitárias fixadas para a região no plano diretor.
O recente anúncio de construção de uma terceira faixa de rolamento no trecho de pouco mais de um quilômetro entre os trevos do Rio Tavares e Campeche pode ser uma pista sobre a questão. Estimada em pouco mais de R$ 4 milhões para obras físicas, a ampliação do trecho exigirá desembolso de cerca de R$ 9 milhões para desapropriações. A licitação estaria na iminência de ser lançada, a cargo do governo estadual, por se tratar de rodovia estadual.
O custo para concluir as desapropriações na obra do elevado é estimado em R$ 7 milhões. Com 220 metros de extensão, sustentado sobre 12 pilares, cada um eles com oito estacas (com capacidade individual de suportar até 230 toneladas-força), coroadas por um bloco com mais de 30 metros cúbicos de concreto, o projeto contempla também ciclovias, calçadas e uma pista preferencial para ônibus. O custo total é de R$ 15 milhões para obras físicas e outros R$ 17 milhões para desapropriações.
O diretor de Obras da Secretaria Municipal de Obras, Tiago Schmitt, garante que apesar das restrições de área para execução, motivo principal do ritmo lento, as obras do futuro elevado têm obtido avanços, devendo atingir 45% dos trabalhos concluídos até final de maio. A obra, no entanto, só poderá deslanchar mesmo após o desfecho das desapropriações. Schmitt garante que ainda não é inviável terminar o elevado ainda antes da próxima temporada, se o imbróglio for equacionado a curto prazo. (Foto: Cristiano Andujar/Divulgação/JC)