Angelo Poletto Mendes/Redação JC
O estado de abandono e a degradação do prédio inacabado do futuro novo centro de saúde do Campeche, obra que se arrasta desde meados de 2014 com sucessivas promessas de conclusão não cumpridas, vem provocando revolta nos moradores do Campeche e região. Por conta da situação, o prédio foi invadido, vandalizado e saqueado, tornando a cada dia mais onerosa sua retomada.
Anunciado com pompa e circunstância como a unidade de saúde mais moderna da rede municipal pela gestão anterior, a obra já contabiliza pelo menos dois anos de atraso em relação ao cronograma inicial. Diante dos reiterados votos de penúria anunciados pela Prefeitura, o Conselho de Saúde do Campeche informa que obteve o apoio solidário de uma empresa de engenharia da região (Maestro), com aval da Prefeitura, para levantar os custos de conclusão da obra.
A coordenadora do conselho, Flávia Mesquita, garante que o montante necessário para terminar a obra é bem inferior ao que tem sido especulado, entre R$ 700 mil a R$ 800 mil. Conforme ela, cerca de R$ 200 mil ainda restariam disponíveis do contrato original com o governo federal, cabendo ao município integralizar a diferença. “A partir da retomada, os engenheiros estimam que em 90 dias a obra pode ser concluída”, comentou.
Flávia acredita que, apesar das dificuldades de caixa, o custo/benefício da retomada da obra é vantajoso para a própria administração municipal. “Só de aluguel do prédio atual acredito que a Prefeitura pague hoje mais de R$ 10 mil por mês”, ponderou. Com área total de 550 metros quadrados, o novo centro de saúde vai está edificado num terreno de dois mil quadrados, em fração do chamado Parque Cultural do Campeche (Pacuca).
O problema é que enquanto persiste a indefinição acerca da retomada das obras, o prédio vai sendo a cada dia mais degradado, tornando ainda mais cara a conclusão . Em meados de fevereiro, foram saqueados registros e até parte do telhado. Durante o dia o pessoal da horta comunitária vizinha zela pelo prédio, mas à noite a situação fica dramática. “Já pedimos policiamento e vigilância, mas infelizmente até agora nada”, lamentou a dirigente. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)