Angelo Poletto Mendes/Redação JC
O Sul da Ilha foi, sem dúvida, a região mais devastada pelo ciclone extratropical que atingiu a capital. Na manhã de domingo, os bairros da região pareciam um cenário de guerra, com árvores e postes caídos em várias ruas, casas destelhadas, pontos de ônibus destruídos e ruas congestionadas de galhos, troncos e entulhos. Só no Sul da Ilha, teriam sido derrubados 38 postes de energia elétrica.
O Campeche, por sua vez, foi um dos bairros mais afetados. Na Avenida Pequeno Príncipe, o cenário era de devastação ao longo de toda rodovia. No acesso principal à praia, um enorme poste de iluminação pública caiu, por pouco não causando uma tragédia. A Escola Brigadeiro Eduardo Gomes teve os vidros quebrados e destelhamento parcial. No Pacuca (Parque Cultural do Campeche), que margeia a avenida principal do bairro, eucaliptos foram arrancados inteiros, pela raiz.
Ruas tradicionais como Capela e Gramal tiveram o tráfego interrompido por causa de árvores e postes caídos, sendo que na segunda, que é rota de ônibus, a retirada só aconteceu quase três dias depois. A luz só começou a retornar à região quase 30 horas depois do fenômeno. No Rio Tavares, o drama também não foi menor, com casas destelhadas, árvores caídas e muita destruição. Na Escola João Gonçalves Pinheiro, próximo à Pedrita, uma enorme árvore obstruía o acesso à unidade.
No Morro das Pedras, cerca de meia dúzia de postes de energia elétrica ficaram literalmente debruçados sobre a rodovia, numa cena assustadora que lembrava filmes de catástrofe. Na Armação, o cenário também era desolador. Postes e árvores caídos, paradas de ônibus destruídas e centenas de casas destelhadas. A escola Dilma Lúcia da Costa teve o telhado de seu ginásio quase todo destruído. No Núcleo de Educação Infantil (NEI) o telhado foi arrancado com o madeiramento junto.
No Pântano do Sul, além do drama envolvendo destelhamentos, queda de árvores e outras perdas materiais, nada menos do que seis barcos afundaram, causando enormes prejuízos para pescadores e suas famílias. A rota gastronômica local, que recém se recuperava de uma maré alta devastadora ocorrida há cerca de 40 dias, contabilizou novos prejuízos e pela primeira vez na história ficou inteiramente fechada no domingo. A luz na região só começou a voltar três dias depois do fenômeno. Houve relatos de grandes estragos também em Carianos, Ribeirão da Ilha, Tapera, Costa de Dentro e Praia da Solidão, no Sul da Ilha. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC).