Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Pelo menos quatro anos depois do que previa, em função da derrota inesperada para César Souza Júnior em 2012, Gean Marques Loureiro chega finalmente ao comando da Prefeitura da capital a partir de janeiro. Motivadíssimo com a realização de seu sonho pessoal, após uma vitória suada no segundo turno contra a ex-prefeita Ângela Amin, o atual deputado estadual assume o cargo como um furacão (analogia alegórica com o fenômeno ocorrido na capital).
Prova de sua excepcional disposição é a maratona que vem empreendendo neste período pré-governo. Além de participar de reuniões de transição com o prefeito César Souza, esteve visitando obras cruciais para a cidade, como o futuro elevado do Rio Tavares e, na primeira quinzena de dezembro passou também por Brasília, ciceroneado pelo senador Dário Berger, passando o pires pessoalmente junto ao presidente substituto Michel Temer.
No que tange ao Sul da Ilha, os desafios não serão poucos, mas o mais emblemático certamente será a conclusão do Elevado do Rio Tavares, obra apontada como crucial para resolver o nó viário que castiga a região. Ainda na campanha eleitoral, Gean assumiu publicamente o ‘compromisso’ de priorizar a obra a partir do primeiro dia de seu governo.
Pedra-de-toque do governo que se despede – outra que não conseguiu ser concretizada -, o elevado chega ao final do ano com apenas 30% dos trabalhos concluídos, conforme estimativas da Secretaria Municipal de Obras. Os motivos para o fracasso são inúmeros, mas o mais flagrante é a escassez de recursos, especialmente para quitar os compromissos com desapropriações de imóveis na região. Menos de 40% dos acordos foram honrados.
A estimativa é de que pelo menos R$ 7 milhões seriam necessários de imediato para concluir desapropriações chaves ao andamento da obra. Sem novos imprevistos, a obra deve demandar pelo menos oito meses para ficar pronta, o que gera dúvidas se estará mesmo pronta até o final de 2017. O prefeito eleito já postulou, via mídia diária local, uma solução no mínimo polêmica para equacionar a questão, que surpreendeu líderes comunitários e de oposição na Câmara.
Gean defende que a verba indenizatória seja quitada em índice construtivo o que, salvo engano, significa flexibilizar gabaritos construtivos na região, contrariando diretrizes fixadas pelo núcleo distrital do Campeche no futuro plano diretor. O vereador Lino Peres garante que qualquer projeto nesse sentido precisará de aval legislativo, mas com uma base de apoio vigorosa na Câmara e com potencial de expansão, não será nada fácil conter o Furacão Gean que se aproxima. (Foto: Divulgação/JC).