Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Outra promessa da atual gestão que parece bastante difícil de ser cumprida é a entrega do novo elevado do Rio Tavares no prazo fixado em cronograma. Apesar dos sucessivos anúncios oficiais de que a obra será entregue até o final deste ano, nos bastidores é dado como certo que a edificação apontada como solução para equacionar o nó viário local é outra que ficará para conclusão pelo futuro novo mandatário municipal.
O principal entrave para a conclusão do elevado é a reiterada alegação de falta de recursos do município, que dificulta a quitação de indenizações de desapropriações, algumas cruciais ao andamento da obra. A principal, neste momento, é uma área de cerca de 1,2 mil metros quadrados, no trevo do Rio Tavares, pertencente à madeireira.
A desocupação é imprescindível para abrir um desvio para quem acessa o Sul da Ilha, permitindo a fixação do último dos 12 pilares da edificação, que será implantado bem no meio da rodovia. O valor ‘módico’ indenizatório não foi quitado no prazo e as perspectivas não são muito animadoras.
Inobstante à situação, o prefeito César Souza Júnior voltou a garantir, em texto enviado por sua assessoria, que a obra será entregue no prazo. Ilustra o conteúdo, uma foto expressiva mostrando as formas em madeira montadas para receber a concretagem da superestrutura (vigas e lajes) apoiadas sobre a mesoestrutura (pilares) e infra-estrutura (fundações), conforme explicação do engenheiro da Secretaria de Obras, Américo Pescador.
A primeira concretagem acontecerá entre os pilares P8 e P12, que já estão com as formas e cimbramento prontos. Conforme o prefeito, o ritmo lento das obras será compensado, permitindo que sua entrega ainda neste ano. O engenheiro Américo Pescador vê como desafio a entrega da obra no prazo, mas garante que ainda é viável o cumprimento do cronograma. “A parte de execução está normal, o problema está na desapropriação”, comentou.
O elevado, conforme a Prefeitura, “terá 220 metros de extensão, sustentado sobre 12 pilares, cada um deles com oito estacas (com capacidade individual de suportar até 230 toneladas-força), coroadas por um bloco com mais de 30 metros cúbicos de concreto. O projeto contempla ainda, para o entorno, ciclovias e calçadas, com investimento de R$ 15 milhões para a obra e R$ 17 milhões para desapropriações.”
ARQUEOLOGIA – Paralelamente, prosseguem no local importantes trabalhos arqueológicos desenvolvidos pela empresa Geo-Arqueologia, com coleta e análise de material em laboratório. Segundo a empresa, já teriam sido descobertos vestígios de antigo cemitério no local, inclusive com a localização de valiosíssimos exemplares fossilizados.
Conforme a Prefeitura, os trabalhos arqueológicos se encontram em fase final na área onde funciona a madeireira e o próximo passo será prospecção e estudos na área do pilar P1. “Estamos ansiosos para conhecer os resultados finais destes trabalhos, que realmente são muito sérios e importantes”, assinalou Pescador.