Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Único balneário da capital catarinense certificado com o selo internacional Bandeira Azul, que atesta a qualidade de suas águas, a Lagoa do Peri, no Sul da Ilha, vive uma temporada atípica, com um incremento geométrico no número de visitantes em relação a temporadas anteriores. Além dos tradicionais freqüentadores, principalmente famílias com crianças, o balneário ganhou neste ano a visita também de públicos mais descolados e até os argentinos deram as caras no reduto.
Embora a obtenção da certificação ambiental tenha ocorrido recentemente, pouco antes do início da temporada, o perfil da Lagoa do Peri já vem mudando muito nos últimos anos. A adequação do parque que a abriga às regras do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama) impôs uma série de mudanças no manejo do local, que de um local semi-rústico e permissivo, virou uma área bem cuidada, com acessibilidade, banheiros para cadeirantes, trilhas, parquinho e até salva-vidas, entre outras melhorias.
A representante do Programa Bandeira Azul no Brasil, Leandra Bernarde, explicou que o parque atendeu a nada menos do que 34 critérios de sustentabilidade para obtenção da láurea. “Além da educação ambiental, critérios como segurança de equipamentos, qualidade da água e gestão ambiental foram exigidos. Todas as avaliações necessárias foram julgadas por júris nacionais e internacionais”, comentou.
A Lagoa do Peri é o único balneário de água doce brasileiro certificado pelo Programa Bandeira Azul, que teve inicio em 1987 na Europa e chegou em 2004 ao Brasil. Em todo o país, apenas mais cinco locais possuem a certificação, dois no Rio de Janeiro, dois em São Paulo e outro no município de Governador Celso Ramos, no litoral norte catarinense.
PÂNTANO DO SUL – Outro balneário do Sul da Ilha que vive momento ímpar é o Pântano do Sul, com um movimento excepcional de visitantes e, principalmente, de banhistas. A pedra-de-toque para o novo quadro parece ser a recente proibição do uso de faixa de areia para estacionamento de veículos, que provocou um aumento substancial da área de praia para os veranistas e deixou-a ainda mais bela.
A novidade, no entanto, ainda provoca muita polêmica na região. Os comerciantes, com apoio de parte dos moradores, alegam que a restrição vem provocando prejuízos à rota gastronômica do balneário, encravada em faixa de areia, defronte à praia. “Queremos ver se essa regra vai valer para todos; no Sul do estado se estaciona na praia e na Praia do Forte (Norte da Ilha) também”, protesta Arante Monteiro Filho.
A restrição, conforme ele, causa transtornos para os próprios clientes e moradores, já que os estacionamentos são escassos e os carros acabam parando em ruas estreitas, em frente às casas. O comerciante defende que se encontre um meio-termo. “Essa é uma praia de trabalho, com faixa de areia grande, que comporta muito bem a convivência”, alegou.
De outro lado estão ambientalistas e parcela dos moradores, que até promoveram no início do ano um chamado “abraço’ à praia, comemorativo à proibição do tráfego de veículos na faixa de areia. O evento, que ganhou inclusive ampla matéria do site globo.com, teria reunido cerca de 200 pessoas.
“Não aos carros na praia”, exalta Gert Schinke, um dos líderes da manifestação. Os defensores da proibição alegam que, além de representarem perigo para banhistas, poluírem a areia e o mar, a presença dos veículos prejudica o visual da praia. (Foto: Divuulgação/Arquivo/JC)