Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Além do corte drástico nos investimentos em pavimentação e obras de infra-estrutura urbana em geral em toda a cidade, o pacote de medidas de contenção anunciado pela Prefeitura também prevê redução significativa nos desembolsos para os tradicionais festejos de final de ano e do Carnaval 2016. Os gastos com a realização dos dois principais eventos do verão na capital catarinense terão uma redução de 60%, passando dos R$ 10 milhões aplicados na temporada passada para pouco mais de R$ 4 milhões nesta temporada, conforme dados da Secretaria Municipal de Comunicação.
Com isso, as atrações do Revèllion deste ano na capital serão estritamente regionais, sem a presença de nomes consagrados do cenário nacional, como era de praxe. Em relação ao Carnaval, a intenção é priorizar os eventos na Passarela Nego Quirido, e cortar apoio aos eventos paralelos. “Para enfrentar uma crise como esta sem atingir o atendimento à população, aos serviços básicos como educação e saúde e manter obras prioritárias, tivemos que optar; é preferível termos menos duas ou três balsas com fogos na Beira-Mar, mas termos a saúde e a educação sem nenhum corte”, alegou o prefeito.
A meta do pacote de contenção é alcançar uma economia de R$ 100 milhões no prazo de um ano. No começo de setembro, o prefeito anunciou também a própria redução de seu salário em 30%, passando dos atuais R$ 22,7 mil para R$ 15,9 mil, e de seus secretários, em 10%, caindo para pouco mais de R$ 13mil. Só com o corte nos salários, a expectativa é atingir uma economia de R$ 500 mil anuais. Ainda em julho, durante evento na Fiesc, já lançara as primeiras medidas de contenção, fixando redução de 12% nas despesas de custeio da máquina, com o corte de 60 cargos comissionados, controle de frota, corte de horas extras e renegociação de dívidas com fornecedores.
Por trás deste aperto no cinto, está uma queda histórica na arrecadação, que terá um déficit estimado neste ano em cerca de R$ 200 milhões. “O que estamos fazendo é nos antecipando, agindo agora em áreas onde podemos reduzir sem danos à população. Não vamos deixar de cumprir com nossos compromissos, mas faremos tudo com mais cautela”, assinalou. (Foto: Petra Mafalda/Divulgação/Arquivo/JC)