Angelo Poletto Mendes/Redação JC
O Campeche e o Sul da Ilha têm sido território fértil para o avanço da criminalidade. Difícil um dia em que não se tenha notícia de algum novo delito contra o patrimônio na região, grande parte deles através da informação boca a boca, já que muitas ocorrências sequer chegam ao conhecimento das forças policiais. O motivo é a falta de confiança da comunidade na solução dos crimes, prisão dos bandidos e, principalmente, na capacidade de mantê-los presos, o que pode desencadear represálias contra as próprias vítimas.
Um dos casos mais emblemáticos aconteceu em meados de maio, quando um ladrão sozinho, provavelmente sob o efeito de drogas, promoveu um verdadeiro arrastão noturno num conhecido conjunto de lojas comerciais na avenida principal do Campeche (foto), causando prejuízos para mais de uma dezena de empreendedores.
Flagrado pelas câmeras durante a ação, o ladrão acabou fugindo numa bicicleta que, ironicamente, tinha furtado de um empresário do próprio local poucos dias antes.
Como estava em busca de dinheiro em espécie, deixou um rastro de destruição no interior dos estabelecimentos, restando aos comerciantes o prejuízo de recuperar portas, fechaduras, móveis e objetos quebrados. “O pior é sensação de insegurança que fica”, assinalou uma comerciante. A ousadia do bandido ganhou ampla repercussão na imprensa e redes sociais e, após alguns dias, ele acabou preso por policiais militares. Uma semana depois, contudo, já foi visto circulando livremente pelas ruas do bairro.
No interior do Campeche e bairros do Sul, o drama é o avanço dos furtos a residências, que atormentam as famílias. Muitas casas já foram alvo de não apenas um, mas dois ou até mais arrombamentos, obrigando as pessoas a investirem na ampliação de muros, instalação de cercas elétricas e alarmes, e na manutenção de cães de guarda.
O furto a residências e comércio é o delito mais recorrente no Campeche e região, conforme a Polícia Militar, seguido pelo tráfico de drogas. A região também não tem ficado imune, no entanto, aos casos de atentados à vida e assaltos a mão armada. Recentemente, um coronel aposentado da PM foi surpreendido por bandidos ao chegar em casa no Campeche e ficou refém dos criminosos por mais de três horas, até ser libertado numa ação da Guarda Municipal no centro da capital. No início de junho, uma quadrilha armada de fuzis tentou assaltar o Banco do Brasil, no Saco dos Limões. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)