Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Menos de um ano e meio depois de sua promulgação, sob ampla polêmica, o novo plano diretor da capital já está na iminência de sofrer modificações. A Prefeitura anunciou recentemente que o Instituto de Planejamento Urbano da capital (IPUF) já está debruçado sobre o texto do plano, sancionado em janeiro de 2014, para promoção de uma série de ajustes, que deve ser encaminhada ao crivo da Câmara de Vereadores até o final de julho.
A iniciativa foi recebida com surpresa e apreensão pelo movimento comunitário do Sul da Ilha. “Vemos com preocupação essa mexida num plano recém aprovado, até porque o Estatuto das Cidades estabelece que planos diretores só podem sofrer revisão após no mínimo cinco anos”, assinala o vice-presidente da Associação de Moradores do Campeche, Ataíde Silva, ex-delegado distrital do bairro no Plano Diretor Participativo.
“Se eles mexerem nas emendas incluídas pelos vereadores, que tiveram a rejeição das comunidades, vejo como positivo; agora, se intervirem em questões de gabarito de edificações e áreas de preservação nós vamos nos remobilizar e buscar a Justiça”, afirmou. “Até porque os próprios recursos naturais e questões de mobilidade urbana não comportam mais concentração urbana”, acrescentou.
Silva ressalva, no entanto, que a comunidade não foi contra o texto do plano elaborado pela Prefeitura, apenas contra “as mais de 300 emendas foram incluídas pela Câmara”. O ex-delegado distrital do Pântano do Sul, Gert Schincke, acha contudo que a revisão não deve incidir sobre gabaritagem de construção. “Acho que aí seria muita provocação e até contraditório com o discurso do governo municipal”, observou. (Foto: Divulgação/JC)