Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Depois do atraso provocado por duas licitações mal-sucedidas e da reformulação parcial no seu projeto original de engenharia, a construção do elevado do Rio Tavares esteve ameaçada de sofrer mais um perigoso revés, pondo em xeque a previsão de entrega do equipamento viário para o final de 2016. O impasse envolveu a provável existência de sítios arqueológicos no local.
Por determinação do Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), a obra precisou ser precedida de investigações. Nas primeiras escavações, no final de abril, foram detectados vestígios de conchas marinhas, o que poderia indicar existência de sambaquis no local. Em função disso, foi feito um pente-fino na área. Os materiais serão encaminhados à UFSC para catalogação.
O secretário adjunto de Obras, Américo Pescador, explicou que as pesquisas serão concentradas nos 12 pilares que vão sustentar a pista elevada, por onde inicia a edificação, e se desenvolverão paralelamente à edificação. Até o final de junho, no entanto, a única descoberta continuava sendo alguns vestígios de conchas. Cada eventual nova descoberta, prevê ele, pode provocar algum retardo no início de cada etapa. Inobstante as pesquisas arqueológicas, Pescador ressaltou que os demais componentes da edificação, que promete equacionar o nó viário da região, já estão bem avançados. “As desapropriações estão sendo todas resolvidas, até agora não tivemos nenhuma radicalização”, assinalou.
Com 220 metros de extensão, informou a Secretaria de obras, o elevado do Rio Tavares fará a conexão, em forma de anel, entre as rodovias SC-405 e SC-406, que liga o Rio Tavares e o Campeche à Lagoa da Conceição. O projeto contempla ainda ciclovias e calçadas no entorno, ao custo total de cerca de R$ 15milhões. A previsão inicial é de entrega da obra no prazo de 18 meses. A obra vai provocar significativos transtornos no tráfego local.
(Foto: Petra Mafalda e SMO/Divulgação/JC)