23 de março de 2015

Casan acelera estudos para lançamento de efluente no Rio Tavares

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Depois de obter o licenciamento prévio para o despejo de efluentes de esgoto tratado no Rio Tavares, após longa novela que se arrastou por quase 18 meses, a Casan já acelera o projeto de contratação dos 17 estudos exigidos pela Fatma para apurar o impacto do efluente despejado na unidade hídrica do Sul da Ilha. Segundo o gerente de Construção da Casan, Fábio Krieger, serão estudos altamente detalhados, a partir de cálculos matemáticos, sobre o efeito que 200 litros por segundo de efluente podem causar na flora e fauna locais.
O mais complexo, conforme ele, é a análise de impacto do efluente sobre níveis de salinidade em áreas de cultura do berbigão. Para garantir maior efetividade dos levantamentos, revelou o dirigente, a Casan pretende submeter à Fatma a própria formatação dos levantamentos que planeja desenvolver. ‘É um cuidado a mais que estamos tendo, para assegurar eficácia dos estudos”, comentou. O efluente a ser lançado no rio terá tratamento terciário, com remoção de fósforo e nitrogênio, o que significa lançamento de resíduo com a menor carga possível de nutrientes orgânicos, em sistemas de esgotamento deste tipo.
A expectativa, de acordo com o dirigente, é de que os levantamentos possam estar prontos no prazo de 12 meses, provavelmente até abril do próximo ano, possibilitando a apresentação dos resultados à Fatma. Com base nestes estudos, caberá á entidade ambiental decidir então sobre a concessão ou não da Licença Ambiental de Instalação (LAI), permitindo à Casan retomar as obras da rede de esgoto do Campeche, paralisadas há mais de um ano e meio.
Mesmo que a Fatma conceda a licença, o lançamento efetivo do efluente no Rio Tavares só deve iniciar, na melhor das hipóteses, no final de 2017 ou meados de 2018. Isso porque somente após a obtenção de aval da entidade é que a Casan poderá finalmente dar início às obras de construção da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE), do Rio Tavares, que será a responsável pelo produção do efluente, a partir do processamento do esgoto coletado na rede do Campeche.
Essa estação, que será edificada no antigo campo de futebol do Zaire, no Rio Tavares, até hoje não passa de um descampado, com alguns materiais depositados. Sua construção deve demorar pelo menos outros 12 meses para ficar pronta, conforme estimativas da Casan. Essa é a obra mais importante e ao mesmo tempo a mais atrasada da rede de esgoto em implantação no bairro desde 2008, que possui atualmente 44 quilômetros de tubulações instaladas e oito estações elevatórias praticamente prontas, todas totalmente inativasFOTO ESGOTOmar15.

LEGENDA:
ÁREA que vai abrigar futura estação de esgoto do Rio Tavares; obra ainda espera aval da Fatma para iniciar
(Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)