Angelo Poletto Mendes/Redação JC
A tragédia ambiental ocorrida há pouco mais de dois anos e meio no Sul da Ilha, resultante do derramamento de óleo de um transformador desativado da Celesc, que contaminou ampla área entre a Tapera e o Ribeirão da Ilha e causou graves prejuízos à maricultura da região, acaba de ganhar novos desdobramentos. A Justiça Federal reafirmou sentença proferida em maio condenando a estatal ao pagamento de indenização de R$ 20 milhões pelos prejuízos decorrentes do acidente.
Metade do montante, conforme a sentença, deve ser destinada aos maricultores, e a outra parte a um fundo voltado à recuperação ambiental da área atingida. A empresa, contudo, deve recorrer novamente da sentença. Na época, a Celesc destinou R$ 2,5 milhões aos produtores que atuavam na área específica do acidente, e agora a indenização se estenderia aqueles que atuam fora da área atingida.
A Fazenda Marinha Atlântico Sul, que atua em área limítrofe à do acidente, é uma das que aguarda pela indenização. O gerente de produção, Fábio Brognoli, garante que o episódio foi altamente danoso à empresa. “Até hoje não recuperamos os níveis de comercialização que tínhamos no mercado nacional; chegávamos a vender oito mil dúzias mensais de ostras e hoje não conseguimos colocar mais do que quatro mil dúzias”, assinala.
A Associação Catarinense de Aquicultura, que defende os interesses dos produtores, reforça que os prejuízos causados pelo episódio sublimaram à área específica que sofreu a contaminação, comprometendo a imagem da atividade da maricultura e a própria aceitação do produto no mercado. “É imprescindível que se concretize essa indenização para atenuar nossos prejuízos”, afirmou Brognoli. (Foto: Divulgação/JC)