Um momento de emoção que Deus me proporcionou, foi conhecer, nesta semana, parte da história dos pilotos da empresa Générale Aéropostale, que viajavam da França em pequenos aviões e paravam em Florianópolis para entregar cartas. Foi depois da primeira guerra mundial que Pierre George Latécoère teve a idéia de trasformar os aviões de guerra em aviões de transporte de cartas da França para a África e América do Sul.
No Campeche os pilotos pousavam e paravam para descansar no Casarão da Avenida Pequeno Príncipe e enquanto os aviões eram abastecidos. Um destes pilotos era o francês Antoine de Saint-Exupéry. Hoje o terreno está ocupado pela família Heerdt desde 1958 por meio de declaração de posse;mas está previsto a restauração e revitalização do antigo Casarão com a implantação de um espaço multicultural faltando comprovar a autoria do imóvel junto ao Ministério da Cultura para liberar a captação de recursos via lei Rouanet. Concomitantemente iniciar-se-á o processo de tombamento como Patrimônio Universal pela Unesco.
O pequeno príncipe, de Antoine Jean Baptiste Marie Roger Foscolombe de Saint-Exupéry é o livro mais vendido e traduzido no mundo, depois da Bíblia. Foi publicado em abril de 1943 em inglês e francês,em Nova York aonde Exupery se radicou em 1941,ao lado de sua esposa salvadorenha Consuelo Suncin.E ele se mudou pra lá atrás de um projeto pessoal de convencer os americanos a entrar na guerra contra o nazismo.”O Pequeno Príncipe” vendeu 145 milhões de exemplares em todo o mundo.O manuscrito original do conto,que foi traduzido para mais de 230 línguas e dialetos,está preservado na Pierpont Morgan Library,em Nova York.
Entretanto, mais e infinitamente mais do que isso.Seu corpo nunca foi encontrado mas suas frases literalmente estão tatuadas em nossa pele e na história que o Brasil deve ter orgulho em participar (ele era conhecido por Zeperri em Florianópolis), ouvir e falar que ” o essencial é invisível aos olhos e só se pode ver com o coração’ ou ‘só conheço uma liberdade e essa liberdade é do pensamento” serão para sempre frases verdadeiras e emotivas. Afirmar…”Tu te tornas eternamente responsável pelo que cativas” ou” Aqueles que passam por nós não vão sós, não nos deixam sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós” ou ainda “foi o tempo que dedicastes a tua Rosa que a fez tão importante”.
Foi justamente o orgulho da sua Rosa que levou o “Pequeno Príncipe” a começar uma viagem que o trouxe finalmente a Terra. Momento em que encontrou os diversos personagens, a partir dos quais conseguiu repensar o que seria realmente importante na vida, independente se faltasse alguma coisa. E por isso, sua história e suas frases nunca foram tão simples e cheias de complexidades, tão reais, tão presentes e tão eternas.
(Rosildo Barcellos é articulista do site www.aquidauananews.com, de Mato Grosso do Sul)