A doença do carrapato, também conhecida como hemoparasitose, é uma das mais temidas pelos donos de cachorros, pois, apesar de possuir tratamento e cura, seus sintomas causam preocupação e a enfermidade também pode ser fatal para o pet. Se apresentando de dois modos, a erlichiose (ou erliquiose) e a babesiose, é mais comumente transmitida através do rhipicephalus sanguineus, o conhecido carrapato marrom, que se aloja no corpo do cachorro e se alimenta de seu sangue. As duas formas da doença são causadas por agentes diferentes, e também podem acometer o cachorro juntas, agravando ainda mais o estado clínico do animal.
A babesiose age sobre os glóbulos vermelhos, enquanto a erlichiose ataca os glóbulos brancos do sangue, destruindo-os e afetando o organismo do cão infectado. O sintoma mais claro da doença do carrapato é, provavelmente, a depressão. A enfermidade gera fraqueza, anemia, febre, perda de apetite, levando ao cansaço e ao desânimo.
Se um cão que costuma ser ativo e gostar de brincar começar a preferir ficar mais tempo deitado e sem se movimentar, uma visita ao veterinário é recomendada. Contudo, também é possível que a doença passe despercebida em um cão que passe mais tempo sozinho em casa ou que seja menos ativo, por isso é tão recomendado que ele sempre passe por visitas periódicas ao veterinário para exames e um check-up geral.
As doenças do carrapato são diagnosticadas por exame de sangue, que pode dar sinais de alteração desde um hemograma com leucograma simples, porém existem exames mais específicos para o diagnóstico, como a sorologia para hemoparasitose, que normalmente inclui babesia e erlichia.
Tanto a erliquiose quanto a babesiose tem tratamento e podem ser curadas através de medicamentos ministrados pelo veterinário, porém, o mais interessante de se ressaltar é a importância do controle do ambiente, buscando sempre mantê-lo livre dos carrapatos que transmitem a doença. Quanto antes se inicia o tratamento maior a chance de eficácia.
Já no inicio do tratamento o animal apresenta uma melhora nos sinais clínicos, mas para uma eliminação total normalmente é necessário um tempo maior, levando semanas a meses para efetivamente livrar o animal da hemoparasitose. O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, a doença do carrapato pode levar a uma degeneração da medula, que é a parte do corpo responsável pela produção dos glóbulos vermelhos entre outros, causando uma anemia profunda e podendo levar o pet a óbito.
Se durante uma inspeção no corpo do seu pet, em busca de carrapatos, você encontrar um, procure não tirá-lo com a mão. Isso pode fazer com que ainda alguma parte do parasita fique no corpo do animal, podendo causar infecções. O ideal é aplicar algumas gotas de vaselina ou de parafina ao redor do carrapato, esfregar com cuidado até amaciar a pele e depois tentar retirá-lo com cuidado.
Após inteiramente retirado, o carrapato deve ser colocado em um recipiente com álcool, para eliminá-lo do ambiente junto com seus ovos. Além disso, existem no mercado pinças desenvolvidas especialmente para a retirada de carrapatos, que podem ser encontradas em lojas especializadas em pets. Não se esqueça de lavar bem as mãos após manipular o seu pet infectado.
Melhor do que remediar é prevenir, se seu animal mesmo depois de tratado continua sempre voltando a ficar infestado de carrapatos, utilize remédios para carrapato com a frequência recomendada na bula, normalmente uma vez ao mês, para que ele fique sempre livre destas doenças do carrapato. (Fonte: Ricardo Tubaldini, médico-veterinário – www.cachorrogato.com.br)
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