Angelo Poletto Mendes/Redação JC
A tradicional ‘invasão’ de turistas à Ilha de Santa Catarina, que acontece todos os anos logo após o Natal e começo de janeiro, deve ser ainda mais avassaladora neste ano, principalmente no Sul da Ilha. Destino cada vez mais procurado na capital, em função da condição ainda intocada de boa parte de suas atrações naturais, o Campeche e o Sul da Ilha devem receber apenas neste período pelo menos 60 mil visitantes, segundo projeções da Prefeitura, que prevê a chegada de 500 mil veranistas à capital para as festas de fim de ano.
O Sul da Ilha, segundo estimativas do trade turístico, costuma absorver em torno de 12% do volume de turistas que visitam a capital. Na temporada, que se prolonga até o Carnaval, no início de março, pelo menos 150 mil visitantes devem passar pela região. Esse é o montante projetado com base em dados estatísticos da Santur (Santa Catarina Turismo), que projeta um crescimento conservador no volume geral de visitantes no estado, entre 5% e 6% nesta temporada, em relação à anterior.
No ano passado, conforme dados da estatal, passaram pelo estado durante a temporada 3,82 milhões de visitantes, sendo dois milhões durante o mês de janeiro, e mais 1,7 milhão em fevereiro, sendo que 30% deste contingente costumam veranear na capital. Com o crescimento estimado em até 6% para temporada deste ano, devem passar pelo estado mais de quatro milhões de visitantes.
O presidente da Santur, Valdir Walendowski, acredita que o crescimento mais acentuado de visitantes se dará entre os estrangeiros. Com base nas reservas de vôos charters e na venda de pacotes turísticos, o dirigente prevê um grande incremento no número de argentinos na próxima temporada, mesmo com as recentes medidas de arrocho no crédito ocorridas no país vizinho. “Calculo que teremos um incremento de até 30% no volume de argentinos”, assinala. Em relação à demanda nacional, a projeção é de incremento entre 4 e 5% sobre o verão passado.
ESTRANGEIROS – Além do otimismo acerca do incremento no número de visitantes argentinos, o efeito Copa do Mundo já deve contemplar a capital catarinense com algum incremento extra na demanda de estrangeiros, ainda que pulverizado, originária de outros continentes, especialmente Europa e América do Norte. Recentemente, um grupo de australianos esteve na capital prospectando locais para abrigar a delegação do país, que participa da próxima Copa do Mundo.
Dono de pousada no Campeche, o empresário Talmir Duarte, ressalta que o Sul já costuma receber muitos europeus, em função de suas belezas naturais. “Europeus e americanos preferem natureza ao invés de badalação e turismo de massa”. Dono de restaurante tradicional no Ribeirão da Ilha, Dário Gonçalves, revela que tem recebido muitas sondagens de estrangeiros que planejam vir na Copa do Mundo. “Recentemente recebi um grupo de americanos”, comentou.
Dirigentes locais também nutrem grande expectativa acerca dos visitantes nacionais. Em função da alta do dólar, muitos acreditam que o turismo interno terá forte incremento, inclusive de turistas com maior poder aquisitivo. “Calculo um aumento de 10% no volume de visitantes nacionais”, prevê Talmir.
O corretor Rafael Braga revela que a procura por imóveis está bastante aquecida na região. “Temos recebido mais de uma dezena de consultas por dia e já temos vários negócios fechados”, revela Braga, ressaltando que a maioria é originária de Paraná, São Paulo e Rio Grande do Sul. “A preferência tem sido por casas com piscina, perto na praia, no Campeche e Açores”, assinalou. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)