Angelo Poletto Mendes/Redação JC
O conjunto de casuarinas que emoldurava o visual do mirante do Morro das Pedras não existe mais. Conforme anunciado, a Fundação Municipal do Meio Ambiente (Floram) deu início em outubro à extração das espécies, consideradas estranhas ao ecossistema local, no bojo de um amplo projeto de recomposição da flora e fauna nativas de toda a Ilha de Santa Catarina.
O processo de extração, que ainda está em curso no entorno do local, desagradou muitos moradores, que lamentaram a perda da sombra e da própria beleza das árvores de origem australiana, que emolduravam a área há mais de 30 anos. No total, conforme a Floram, foram extraídas cerca de 40 árvores e ainda restariam outras 50 para extração, a maioria entre o mirante e o praia da Caldeira, tradicional pico de surfe local.
Responsável pelo Departamento de Manejo Ambiental da Floram, o fiscal Mauro Costa ressalta que o objetivo do projeto não é apenas extirpar as espécies invasoras, mas abrir espaço para a recomposição destes ecossistemas com vegetação natural. “No início ouvimos muitas reclamações, mas depois que a gente explica a maioria apóia e até elogia o processo”, comentou.
Conforme Costa, ainda neste ano a Floram deve dar início ao plantio de espécies nativas em algumas das áreas atingidas pela extração, com pitangueiras, aroeiras, araçás e alguns tipos de bromélias e orquídeas rústicas. “Vamos privilegiar as espécies mais resisntes; toda área que tiver solo será recomposta, avisou. Pelas características do local, contudo, de alta incidência solar, ventos e maresia, deverá predominar vegetação arbustiva e não arbórea.
Com a recomposição, acredita ele, será recuperada também a fauna nativa local, aves, répteis e insetos, que teria sido dizimada da região pela presença das casuarinas. Apesar de seu aspecto simpático, com ramagens pendentes, as casuarinas australianas são consideradas espécies invasoras, prejudiciais ao ecossistema local, porque restringem a vegetação natural. As casuarinas, de acordo com ele, teriam sido introduzidas na região nos anos 70 por um proprietário de áreas contíguas, para aplacar a força dos ventos que atingem o local. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)