Angelo Poletto Mendes/Redação JC
A aprovação do novo projeto de plano diretor da capital neste ano, como é desejo reiterado da administração municipal, será um grande desafio, talvez de difícil concretização. Apesar do tom conciliador adotado pelo prefeito César Souza Júnior e pelo novo coordenador das discussões, o arquiteto argentino Eduardo Castells, diretor de Planejamento do IPUF, o processo de elaboração do projeto ainda não possui sequer uma agenda definida de discussões. Após quatro reuniões do reativado Núcleo Gestor Municipal ainda não ficou estabelecido o cronograma de trabalho. Ex-integrante do núcleo como representante dos arquitetos, agora guindado à coordenação, Castells trabalha com a expectativa de concluir o novo plano até o final de outubro, mas admite que esse prazo poderá ser flexibilizado ao longo do processo. A agenda proposta pelo IPUF, que ainda precisa ser referendada pelo núcleo, prevê reuniões técnicas com representantes distritais na sede do instituto, a partir de julho, seguidas de reuniões em âmbito municipal. Na sequência, audiências distritais e, por fim, a audiência municipal final, projetada para acontecer em meados de outubro, o que, em caso de desfecho positivo, permitiria o envio do projeto à votação da Câmara ainda neste ano. Para viabilizar essa planejada agenda, embora o tempo conspire contra sua consecução, Castells conta com a condução diplomática e técnica do processo. O dirigente afirma que o IPUF está permeável às propostas comunitárias e garante que o projeto, que está sendo elaborado pelos técnicos do instituto, guarda pouquíssimas referências do polêmico projeto concebido pelo Instituto CEPA, durante a gestão anterior. O arquiteto assegurou ainda que só pretende levar o plano à audiência global após desatar todos os nós no âmbito distrital. “Não queremos repetir o erro do governo passado”, avisou. O dirigente ressalta, contudo, que nem todos os pleitos das comunidades serão incorporados ao plano. “O plano diretor é uma peça técnica, resultado de um pacto social, mas não significa que seja elaborada pelo organismo social”, assinalou. (Foto: Mauro Vaz/Divulgação/JC)