20 de maio de 2013

VIDA & SAÚDE: Exercício e a hipertensão arterial

A Hipertensão Arterial (HAS), pela sua enorme prevalência na população, é apontada hoje como um dos principais problemas de saúde pública tanto em nível mundial quanto no Brasil. Apesar dos avanços no tratamento medicamentoso ainda é a principal causa de morte tanto por causa direta, como pelas doenças que são consequências diretas ou indiretas do aumento dos níveis de pressão, como Acidente Vascular Cerebral (AVC) e doenças coronarianas. O sedentarismo, obesidade, estresse e o tabagismo são fatores que, aliados à predisposição genética, são determinantes para o aparecimento e desenvolvimento da Hipertensão. Assim, a prática de exercícios físicos regulares e de moderada intensidade é recomendável para a prevenção da Hipertensão. Mudanças no estilo de vida também são importantes e até imprescindíveis quando se fala no controle da HAS: diminuir o sal na alimentação, controlar o peso, parar de fumar e começar fazer algum exercício. Portanto, o exercício físico programado já é parte integrante do elenco de medidas terapêuticas prescritas no tratamento da hipertensão e por esta razão deve sempre ser prescrita pelo médico assistente e, se possível, por um médico do esporte, em contato com o especialista do paciente. O efeito benéfico do exercício físico aeróbico sobre os mecanismos envolvidos no controle da PA já estão bastante entendidos e conhecidos. Entende- se por exercícios aeróbicos os exercícios que ‘queimam” oxigênio na sua execução e que, via de regra, envolvem grandes grupos musculares sem demandar habilidades especificas, como caminhar ou correr. Porém, estes exercícios serão mais benéficos quando feitos com uma intensidade adequada e com práticas diárias ou minimamente regulares. Em relação aos exercícios resistidos, também conhecidos como exercícios de força ou “musculação”, ainda não existe um consenso entre os pesquisadores, embora a posição atual seja de recomendá-los em função dos seus importantes benefícios aos músculos e ossos. Recomenda-se treinamento de força para pacientes com HAS pela facilidade de execução, melhora da força e resistência muscular, aumento da massa corpórea magra, aperfeiçoamento da coordenação motora, da velocidade de reação e do equilíbrio, auxiliando no aumento da capacidade funcional do indivíduo. Os programas de exercício físico (tanto aeróbico quanto resistidos) fazem parte da abordagem não farmacológica da HAS, e devem ser prescritos após o exame clínico do paciente e de preferência com o auxílio de exames de esforço (teste da esteira ou teste ergoespirométrico), avaliação cuidadosa da resposta da pressão e frequência cardíaca ao exercício, às medicações hipertensivas em uso e as condições gerais do mesmo. Por estas razões, defendemos a posição de indicar um programa combinado de exercícios aeróbicos e de força, sempre adaptados caso a caso e executado por profissional habilitado em educação física, sob a supervisão de um médico do esporte, com monitoramento dos níveis pressóricos e de frequência cardíaca, antes e depois da sessão do exercício. (Dr.Paulo Roberto Machado de Lima, médico-fisiatra e médico do exercício e do esporte) (Foto: Divulgação/JC)