Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Apesar da presença do lendário escritor e ex-piloto francês Saint Exupery no Campeche nos anos 20 do século passado ainda ser alvo de contestação por parte de alguns historiadores, o bairro acaba de se aproximar ainda mais da legitimação desta presença. Através de um convênio entre a Fundação Saint Exupéry, Aliança Francesa e Prefeitura da capital, alunos da escola pública Brigadeiro Eduardo Gomes, no Campeche, estão sendo contemplados com o aprendizado do idioma francês, iniciativa inédita no ensino público municipal da capital. “O Campeche foi o bairro escolhido por causa desse vínculo com Saint Exupéry e os pilotos franceses”, assinalou o secretário municipal de Educação, Rodolfo Pinto da Luz. Sem custos para o município, as aulas são ministradas por professores da Aliança Francesa duas vezes por semana, como atividade extracurricular, inicialmente para duas turmas, envolvendo cerca de 40 alunos. “A Prefeitura entra apenas com a escola e os alunos”, brincou o secretário. O convênio oficial de implantação da novidade foi assinado no dia 19/03, no prédio da escola, com a presença de representantes das entidades envolvidas. Inicialmente, se estende pelo prazo de três anos, que pode ser prorrogado e até mesmo estendido futuramente para outras escolas da capital. Pinto da Luz incentivou a criançada a se aplicar no curso. “Dessa forma, além de aprenderem outra língua, vocês terão a oportunidade de conhecer a cultura francesa”. Para que os estudantes permaneçam na escola em tempo integral, nos dias de curso, a Secretaria de Educação (SME) garante o almoço aos 40 participantes, que tem entre 11 e 12 anos e estão no 6º e 7º ano do ensino fundamental. As aulas são às terças-feiras, às 10h30 e às 13h. A Fundação Saint-Exupéry fornece o material didático, com livros de textos e de exercícios, e é responsável pelo pagamento do professor. A professora é Mirena dos Santos, profissional com graduação em Letras-Francês pela UFSC e mestrado pela Universidade de Paris-Sorbonne. O Campeche é muito identificado com a cultura francesa em função de sediar um casarão que abrigava os pilotos dos correios franceses, no final dos anos 20 do século passado, durante seus vôos pela América do Sul. Um dos pilotos que passou pelo bairro teria sido Antoine de Saint Exupèry, autor do célebre “O Pequeno Príncipe”, um dos maiores best-sellers da história da literatura, que completou recentemente 70 anos. A avenida principal do bairro, não por acaso leva o nome desta obra. Projeto prevê a transformação do casarão onde funcionou a base num centro cultural. (Foto: Divulgação/JC)