A construção civil está vivendo uma época frutífera, com a crescente valorização de seus profissionais e a expansão do mercado. Entretanto, como todo setor, deve estar atenta às demandas da sociedade na qual está inserida. As questões ambientais têm ocupado cada vez mais espaço na agenda social e a construção civil, por ser um dos alicerces de nossa economia, está no centro dessas discussões. O desperdício de materiais e a quantidade de resíduos deixados por construções no Brasil ainda estão entre os mais altos do mundo. Profissionais pouco treinados e nada conscientes provocam prejuízos não apenas para o cliente, mas também para o ecossistema. Somente a argamassa gera de 20% a 30% de perda, que poderia ser evitada com a capacitação dos profissionais, melhorias no layout dos canteiros de obras e correta previsão de materiais. Outras ações como a captação da água da chuva, utilização da luz solar e ventilação cruzada promovem a redução de desperdícios de água e energia e a melhoria da qualidade do ar. Pesquisas recentes indicam que a médio e longo prazo a economia gerada é de aproximadamente 30%, o que compensa o investimento inicial. Isso sem levar em conta a valorização do imóvel. Além de financeiramente viável, uma postura ambientalmente conscientes nas mais diversas etapas da construção civil é uma forte tendência numa sociedade que a cada dia se preocupa mais com a situação do planeta. Afinal, são as contribuições individuais que farão a diferença para um mundo mais sustentável. (Marco Galvão, engenheiro-civil)
28 de agosto de 2012