Apesar das expectativas positivas que a cercavam, a safra de tainha deste ano, que ainda se estende até o final de julho, entra na reta final com resultados absolutamente pífios nas principais colônias pesqueiras locais. “Não houve safra; minha canoa e rede estão enxutas como embarquei”, assinalou o presidente do Associação dos Pescadores Artesanais do Campeche e dono de uma das três redes de pesca de tainha que atuam na região, Getúlio Inácio, no dia 28/06. “Ainda tenho alguma esperança, não joguei a toalha; mas acho muito difícil que as tainhas apareçam, tomara que me engane nessa previsão”, sentenciou. Preocupado com o desempenho geral da pesca artesanal na Ilha – apenas na Barra da Lagoa teria havido um lance mais significativo nesta safra – Getúlio defende a adoção de medidas mais drásticas para garantir o futuro da pesca da tainha na capital. O dirigente acha que seria necessária a introdução urgente de um plano de defeso mais amplo, para preservar a espécie. “Teríamos que ter um ano de defeso, para dois de pesca”, opina. “Outra alternativa seria restringir a pesca industrial; agora, se nada for feito pode ocorrer com a tainha o que aconteceu com a anchova, que era abundante até os anos 80 na beira da praia e hoje virou raridade”, acrescentou. Diretor da Colônia de Pesca Z11, de Florianópolis, Inácio garante que o Ibama e o Ministério da Pesca já estariam atentos à questão e podem intervir com medidas saneadoras para preservar a espécie e a própria atividade pesqueira. “Estive em Brasília e eles estão muito preocupados”, comentou. A capital possui, de acordo com ele, cerca de 1,6 mil pescadores profissionais em atividade.
10 de julho de 2012