10 de julho de 2012

Debate de novo plano diretor de Florianópolis volta a empacar

Apesar da ampla campanha publicitária que vem sendo veiculada na mídia convencional desde o início de junho, com forte apelo emocional, o futuro plano diretor da capital voltou a ficar em banho-maria, sem perspectivas muito animadoras sobre seu andamento, às vésperas das eleições e da ascenção de um novo governo municipal, que assume em janeiro do próximo ano. Depois da derrota na tentativa de encaminhar o projeto gestado por seus técnicos à Câmara ainda no primeiro semestre deste ano, por conta da resistência dos integrantes do Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo, a Prefeitura acaba de perder o seu principal negociador junto às comunidades, com a saída do coordenador das discussões e ex-secretário de Educação, Rodolfo Pinto da Luz. Conhecido por sua conduta conciliadora, até então um dos trunfos do governo municipal, Luz foi substituído por Salomão Mattos Sobrinho, que travou no final de junho seu primeiro contato com os dirigentes comunitários. “O que vemos é um empacamento do processo”, afirmou o delegado-distrital do Pântano do Sul no Plano Participativo, o ambientalista Gert Schinke. Além da mudança na coordenação do processo, outro fator que estaria dificultando o andamento do processo seria a falta de apoio de logística do governo municipal para a realização das audiências distritais. “A Prefeitura está resistindo em oferecer suporte; precisamos de meios para fazer os debates, de suporte operacional e documental mínimo, sem isso é inevitável que ocorra um retardamento do processo”, assinalou. O movimento comunitário reivindica suporte operacional mínimo para a viabilização dos debates “Precisamos de condições para honrar minimamente nossa representação mobilizando a comunidade sem ter prejuízos e contas a pagar de nosso bolso”, comenta a delegada distrital do Campeche, Janice Tirelli. Até meados de 2008, durante a primeira fase de discussões do PDP, a Prefeitura subsidiava o funcionamento das bases operacionais dos núcleos. Segundo Schinke, estariam pendentes ainda diversos mapas e cartilhas explicativas sobre o projeto, essenciais para permitir o rebatimento de diretrizes por parte dos núcleos distritais. O dirigente acha que o processo só volta a deslanchar mesmo em 2013, mas não teme a volta à estaca zero, com a posse de um novo governo. “A discussão deve recomeçar de onde parou, não creio que esse processo se perca, após tantos anos de trabalho”.