Com a realização de uma já tradicional missa para abençoar os pescadores, suas famílias e a comunidade, que se repete pelo sétimo ano consecutivo, foi aberta oficialmente no Campeche, no dia 01/05, culminando com o Dia do Trabalho, a temporada da tainha deste ano. A data, contudo, tem caráter mais simbólico, já que a pesca efetiva só é permitida a partir do dia 15/05, se estendendo oficialmente até meados de julho. Depois de duas temporadas consecutivas de frustração, pescadores estão otimistas com as perspectivas da safra deste ano do tradicional pescado. “Tá tudo correndo bem para termos uma boa safra”, assinala Getúlio Inácio, diretor da Associação da Pesca Artesanal local e ‘patrão’ de uma das três redes que atuam no Campeche. Apesar do desempenho considerado fraco do ano passado, destaca Inácio, o Campeche obteve o quarto melhor desempenho entre as colônias pesqueiras da Ilha. “Só ficamos atrás da Lagoinha do Norte, Ingleses e Barra da Lagoa”. “Na minha rede, pegamos 4,5 mil peixes; na do falecido Seu Chico, foram seis mil”. A safra deste ano será aliás a primeira dos últimos 60 anos sem a presença de Seu Chico (Francisco Alexandrino Daniel), que faleceu de câncer no final do ano passado, aos 87 anos. Considerada uma atração turística e cultural, a pesca da tainha envolve diretamente cerca de 250 pessoas no Campeche, entre profissionais da pesca e camaradas fixos, além dos ajudantes esporádicos, colaboradores eventuais que ajudam a puxar as redes em troca de peixe. Conforme Inácio, o pico da pesca da tainha na região acontece entre 20 de maio e 20 de junho, período em que normalmente acontece a captura dos maiores cardumes. (Foto: Willi Heisterkamp/Divulgação/Arquivo/JC)