Uma história que povoa o imaginário de todo ‘campecheano’, seja nativo ou adotado, está prestes a ganhar reconstituição física. Falta apenas uma canetada do Ministério da Cultura (MinC) para a Prefeitura dar início à captação de recursos para instalar no Campeche um centro cultural voltado à preservação da história da aviação francesa na região, no bojo da qual se insere o lendário vínculo do escritor francês Saint Exupèry com pescadores locais, no final dos anos 20 do século passado. Entusiasta da causa desde 2007 e atualmente atuando como representante de uma associação francesa, a pesquisadora Mônica Corrêa acredita que até o final de abril sai o aval do MinC. O centro cultural será instalado no antigo casarão da aviação, onde atualmente funciona a intendência do bairro. Os recursos serão captados através da Lei Rouanet. Além de um extenso memorial da aviação francesa, garante Mônica, o centro também terá espaço para divulgação da cultura açoriana. O projeto, contudo, enfrenta algumas resistências. O ex-presidente da associação de pescadores e autor de livro sobre o tema Saint Exupèry, Getúlio Inácio, teme que a cultura local não seja contemplada. “O projeto é importante, mas queremos que seja meio a meio; metade sobre a aviação e metade sobre as tradições locais, a pesca, o nosso folclore”. O vice-presidente da Amocam, Ataíde Silva, avisa que a entidade pode até recorrer à Justiça contra o projeto, caso não contemple os pleitos locais. O projeto também conta com importantes apoios. O intendente do Campeche, Vanderlei Farias, que terá que mudar sua estrutura do local, é taxativo. “Mudar de endereço é o de menos, pela importância que vai representar esse projeto para o bairro”. O hoteleiro Talmir Duarte, diretor da associação de hotéis, acha que o centro cultural será um produto turístico de valor imensurável. “É uma história que encanta a todos, nós só temos a ganhar com isso”. (Foto: Willi Heisterkamp/Divulgação/JC)
3 de abril de 2012