A retomada de discussões acerca do futuro plano diretor da capital, desencadeada a partir do final de agosto por iniciativa da Prefeitura, que aparentemente avançava em clima de armistício, pode sofrer um novo abalo por conta da obra da polêmica passarela do Campeche. Lideranças comunitárias da região, que participaram da segunda rodada de discussões do projeto, no dia 13/10, na qual foi aprovado o regimento que vai nortear as discussões do plano, querem a saída do secretário municipal do Desenvolvimento Urbano, José Carlos Rauen, da sub-coordenação das discussões. O motivo seriam as declarações feitas pelo secretário a uma emissora de televisão defendendo a obra da polêmica passarela, repudiada pela comunidade local, deixando a entender ainda que ela seria apenas a primeira de uma série de passarelas aprovadas para a região. “Encaminhamos carta de repúdio à participação do Rauen à Procuradoria da República, em função desse seu posicionamento no episódio do deque, porque põe em xeque a sua isenção na condução do processo”, afirmou o presidente da Associação dos Moradores do Campeche, Ataíde Silva. Conforme ele, uma carta de repúdio será apresentada na próxima reunião do plano, assinada pelas principais entidades comunitárias da região, pedindo a exclusão do secretário. “Essa sua postura gera um ambiente duvidoso para o andamento das discussões; tememos novamente estarmos sendo usados para elaboração de um plano de fachada”, disparou Silva. Outra questão que gerou mal-estar foi a recente exclusão do professor Lino Peres da representação da UFSC no plano diretor, por decisão da reitoria da universidade, desencadeando protestos do movimento comunitário da capital.
21 de outubro de 2011