Às vésperas de um novo período de reverência aos mortos, em novembro, os cemitérios da capital vivem a iminência de um colapso, tanto no que tange ao número de vagas quanto à suas próprias manutenções físicas. Conforme dados da Prefeitura da capital, dos 12 cemitérios existentes no município, apenas dois teriam atualmente vagas para abrigar novos túmulos, no Campeche e Rio Vermelho, no Norte da Ilha. No principal cemitério da capital, no Itacorubi, que abriga mais de 62 mil mortos, a situação beira o caos. Por falta de espaço, os corredores do cemitério estão sendo encolhidos para abrigar novos túmulos, dificultando a circulação de visitantes, e a manutenção de suas instalações físicas tem gerado muitas reclamações da população. A questão chegou a ser discutida recentemente na Câmara Municipal, com veementes críticas de alguns vereadores. Em meio a esse quadro melancólico, o cemitério do Campeche surge como um oásis de respeito aos mortos. Administrado pela Intendência local, o parque fúnebre do bairro, que abriga atualmente em torno de 1,6 mil mortos, exibe corredores arejados e túmulos limpos e muito bem cuidados. Recentemente, inaugurou nova capela mortuária, com dois banheiros e capacidade para abrigar até três velórios ao mesmo tempo, de todas as religiões. Um dos principais responsáveis pelo asseio na conservação da casa fúnebre é o funcionário público municipal Vilmar Leonel Vieira, pedreiro há 22 anos na intendência do bairro e há seis atuando como coveiro no local. Cerca de nove a 10 pessoas são sepultadas mensalmente no cemitério do bairro, conforme ele, a maioria oriunda do próprio Sul da Ilha, embora não haja restrição para o sepultamento de pessoas de outras regiões. Sobre a rotina de trabalho, Vilmar garante que é bastante tranqüila, envolvendo faxina, capina, pinturas e manutenção em geral. ‘È um lugar bom para trabalhar, muito sossegado”, garante ele, que se envolve pessoalmente no atendimento às famílias e sepultamento dos mortos. O cemitério abre diariamente 8h às 18horas, mas disponibiliza um telefone de plantão, no local, para atendimentos em horários diferenciados. (Foto: Willi Heisterkamp/Divulgação/JC)
21 de outubro de 2011