Angelo Poletto Mendes/Redação JC
O novo cronograma planejado pela Prefeitura para elaboração do plano diretor da capital foi recebido com cautela por lideranças comunitárias. O presidente da Associação de Moradores do Campeche e ex-delegado-substituto do Núcleo Distrital do Campeche, Ataíde Silva, acha que a eventual retomada do debate logo após as eleições é perigosa para as comunidades. “O ideal seria que se discutisse o plano antes das eleições, para que aqueles vereadores que são candidatos assumissem compromissos”, ponderou. O dirigente também considera negativa a prorrogação do desfecho acerca do plano. “O ideal seria que tivéssemos logo, porque enquanto não se tem um plano, as grandes obras que não se enquadrariam no projeto que defendemos estão sendo resolvidas através de mudanças pontuais de zoneamento”, afirmou.
Sobre reabertura dos debates, é cético. “Não acredito que eles pretendam reabrir, vão voltar com a mesma ladainha, para tentar aprovar o projeto que eles querem”, assinalou. O dirigente defende que seja reativado o Núcleo Gestor que funcionou até o final de 2008, para apoiar as comunidades que ainda não concluíram seus projetos. “Nós, do Campeche, Ingleses e Pântano do Sul, já finalizamos, até através de mapas”, afirmou. “Repactuação não existe para nós, quando isso significar alterar aquilo que a comunidade decidiu. Qualquer alteração que for proposta terá que voltar para discussão na comunidade”. Silva prevê que a Prefeitura vai voltar a bater na tecla da verticalização, insistindo na liberação de grandes prédios no Campeche e balneários, apesar do repúdio recorrente das comunidades. “Não se trata de sectarismo não aceitar novos contingentes populacionais; vivemos numa Ilha e temos que ser realistas com os limites da nossa estrutura”, ponderou. (Foto: Luís Prates/Divulgação/Arquivo/JC)