Treinar com a supervisão de um personal trainer é ter a garantia de um treinamento personalizado. Esse treino possui algumas diferenças do que é feito em algumas academias com o professor de musculação. Entretanto, nessa prestação de serviço, existem vantagens e desvantagens. A musculação, diferente do que se ouve, não é um lugar, e sim, um meio de treinamento caracterizado pela utilização de pesos e máquinas desenvolvidas para oferecer alguma carga mecânica em oposição ao movimento dos segmentos corporais. A utilização deste meio de treinamento, de maneira sistematizada, objetiva, predominantemente, o treinamento da força muscular. A partir disso, outros objetivos serão conseqüências desse treinamento.
O professor de educação física, que trabalha nessa área, deve interagir com o aluno buscando conhecê-lo para identificar, qualificar e quantificar quais as características que o diferenciam. E isso é feito através de algumas avaliações e o contato direto, antes, durante e após os treinos. Seguindo essa lógica, é interessante pensar em cada treino como um teste para o próximo, pois, tudo que é feito hoje, serve como parâmetro de comparação para os ajustes das variáveis do treinamento de amanhã, como pesos, números de repetições e intervalos de descanso. Resumindo, o papel do profissional é incentivar, orientar, prescrever e administrar a prática da atividade física, dentro e fora das academias, de forma consciente e saudável, promovendo o bem estar e ajudando seus alunos a alcançar os objetivos durante os períodos de treino.
Diferentemente do personal trainer, o professor de musculação nas academias é responsável por muitos alunos ao mesmo tempo, fato que gera um paradoxo de atuação. A atenção do professor pode ficar diluída na multidão, tornando impossível contemplar o que foi descrito anteriormente. E sem o controle de todos os treinos, tanto a atuação do profissional, quanto os resultados desejados pelos alunos, podem ficar comprometidos. Mas profissionais competentes e interessados são capazes de orientar com eficiência seus alunos, garantindo a eles a segurança e a disponibilidade para ajudá-los quando for possível e necessário.
Poderíamos dizer que um dos diferenciais do personal trainer seria o de ser capaz de, sistematicamente, controlar as variáveis e as cargas do treinamento. E ainda, a capacidade de analisar quais fatores influenciam nas cargas de treinamento, avaliar a relação entre elas e decidir o que fazer, como fazer e, o mais importante, o porquê de se fazer alguns ajustes ou mudanças durante as seções. No entanto, nem todos os alunos precisam ou querem esse tipo de assistência. Há pessoas que conseguem seguir muito bem as orientações dadas pelo professor de musculação. Este, sendo competente e atencioso, conseguirá acompanhá-lo e ajudá-lo a evoluir no treinamento, ajustando ou mudando sempre que necessário.
Outros alunos são mais dependentes de uma supervisão direta, que motiva, corrige, exige e garante toda a segurança do treino. E ainda existe aquele aluno que não quer treinar sério, não quer conversar, nem saber sobre o que está fazendo. Não quer ninguém pegando nele, muito menos o vigiando o tempo todo. Nesses casos, nem professor de musculação, nem personal trainer pode resolver. Mas a segurança deve ser sempre preservada. Então, ficamos de longe só observando e prontos a ajudá-los assim que formos solicitados, aproveitando esses momentos para esclarecê-lo sobre a importância do acompanhamento profissional.
Acredito que a atuação de um professor de educação física deve ser caracterizada por um conhecimento prático, mas baseada e sustentada em conhecimentos científicos e aplicada com conhecimentos pedagógicos. Dessa forma, a profissão é respeitada e valorizada, e os alunos conseguem alcançar seus objetivos, quaisquer que sejam eles.
– A carga de treinamento é um estímulo capaz de provocar adaptações no organismo, sendo tradicionalmente dimensionada através dos componentes: Volume, Intensidade, Freqüência, Densidade e Duração. – Variáveis Estruturais do Treinamento: são os elementos primários para a elaboração e análise de um programa de treinamento na musculação. São os elementos presentes no programa que podem ser manipulados, conduzindo a alterações nos componentes da carga (Ex.: número de séries e repetições; quantidade de pesos; tempos de pausas; posição dos segmentos corporais; tempo da duração de cada repetição; etc).
Texto: Rodolfo Hampe – Graduado em Educação Física, especialista em musculação.
Fonte: www.idmed.com.br
25 de setembro de 2009